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NASA irá desviar asteroide em teste de ‘defesa planetária’

Por Chris Lefkow
Publicado na Phys.org

No blockbuster de Hollywood “Armagedom” de 1998, Bruce Willis e Ben Affleck correm para salvar a Terra de ser pulverizada por um asteroide.

Enquanto a Terra não enfrenta esse perigo imediato, a NASA planeja colidir uma espaçonave viajando a uma velocidade de 24.000 km/h em um asteroide no próximo ano em um teste de “defesa planetária”.

O Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo (DART, na sigla em inglês) tem como objetivo determinar se esta é uma maneira eficaz de desviar o curso de um asteroide caso alguém venha a ameaçar a Terra no futuro.

A NASA forneceu detalhes da missão DART, que tem um orçamento de US$ 330 milhões (cerca de R$ 1,8 bilhão), em um conferência de imprensa na quinta-feira.

“Embora não haja um asteroide conhecido atualmente em curso de impacto com a Terra, sabemos que existe uma grande população de asteroides próximos à Terra por aí”, disse Lindley Johnson, oficial de Defesa Planetária da NASA.

“A chave para a defesa planetária é encontrá-los bem antes que se tornem uma ameaça de impacto”, disse Johnson. “Não queremos estar em uma situação em que um asteroide esteja sendo dirigindo à Terra e então ter que testar essa capacidade”.

A espaçonave DART está programada para ser lançada a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9 às 22h20, horário do Pacífico (2h20 no horário de Brasília), em 23 de novembro, na Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.

Se o lançamento ocorrer nessa época ou próximo a essa data, o impacto com o asteroide a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra ocorreria entre 26 de setembro e 1º de outubro do próximo ano.

O asteroide alvo, Dimorphos, que significa “duas formas” em grego, tem cerca de 150 metros de diâmetro e orbita em torno de um asteroide maior chamado Didymos, “gêmeo” em grego.

Johnson disse que embora nenhum dos asteroides represente uma ameaça para a Terra, eles são candidatos ideais para o teste por causa da capacidade de observá-los com telescópios terrestres.

As imagens também serão coletadas por um satélite em miniatura equipado com uma câmera, fornecido pela Agência Espacial Italiana, que será ejetado pela espaçonave DART 10 dias antes do impacto.

Um pequeno empurrão

Nancy Chabot, do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins, que construiu a espaçonave DART, disse que Dimorphos completa uma órbita em torno de Didymos a cada 11 horas e 55 minutos “como um relógio”.

A espaçonave DART, que pesará 549 quilos no momento do impacto, não “destruirá” o asteroide, disse Chabot.

“Isso só vai dar um pequeno empurrão”, disse ela. “Ele vai desviar seu caminho ao redor do asteroide maior”.

“Haverá apenas uma mudança de cerca de um por cento naquele período orbital”, disse Chabot. “Então, o que era 11 horas e 55 minutos antes pode ser 11 horas e 45 minutos”.

O teste é projetado para ajudar os cientistas a entender quanto impulso é necessário para desviar um asteroide no caso de um dia se dirigir para a Terra.

“Nosso objetivo é estar o mais direto possível para causar a maior deflexão”, disse Chabot.

A quantidade de deflexão dependerá até certo ponto da composição de Dimorphos e os cientistas não estão totalmente certos de quão poroso é o asteroide.

Dimorphos é o tipo mais comum de asteroide no espaço e tem cerca de 4,5 bilhões de anos, disse Chabot.

“É como meteoritos condritos comuns”, disse ela. “É uma mistura de grãos finos de rocha e metal juntos”.

Johnson, oficial de defesa planetária da NASA, disse que mais de 27.000 asteroides próximos à Terra foram catalogados, mas nenhum atualmente representa um perigo para o planeta.

Um asteroide descoberto em 1999 conhecido como Bennu, com 503 metros de largura, passará a uma distância da Terra que é a metade da distância entre nós e a Lua no ano de 2135, mas a probabilidade de um impacto é considerada muito pequena.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.