Por Steve Cole
Publicado na NASA
A NASA selecionou uma nova missão espacial que ajudará astrônomos a entender como nosso universo evoluiu e quão comuns são os ingredientes necessários para a vida nos sistemas planetários de nossa galáxia.
O ‘Espectro-Fotômetro para Explorar a História do Universo, Época de Reionização e Geleiras‘ (SPHEREx, em sigla original) é uma missão planejada para durar dois anos e estimada em 242 milhões de dólares (sem contar os custos do lançamento), prevista para decolar em 2023.
“Estou realmente muito animado com essa nova missão”, disse o administrador da NASA Jim Bridenstine. “Não apenas expande a frota americana de missões espaciais dedicadas à desvendar os mistérios do universo, mas também é uma parte crucial do nosso balanceado programa científico que contém missões de tamanhos variados”.
SPHEREx irá vasculhar os céus em luz visível e em infravermelho próximo, este último que, mesmo não sendo visível aos olhos humanos, serve como uma ferramenta poderosa para solucionar mistérios cósmicos. Astrônomos usarão a missão para reunir dados acerca de mais de 300 milhões de galáxias, assim como acerca de mais de 100 milhões de estrelas na Via Láctea.
“Essa missão incrível será um tesouro de informações e dados para astrônomos”, afirma Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missões Científicas da NASA. “Ela entregará um mapa galáctico sem procedentes contendo ‘digitais’ dos primeiros momentos da história do universo. E, nós também teremos novas pistas sobre um dos maiores mistérios da ciência: O que fez o universo se expandir tão rapidamente (em menos de um nanosegundo) após o Big Bang?“.
O SPHEREx pesquisará centenas de milhões de galáxias próximas e distantes, algumas tão distantes que sua luz demorou 10 bilhões de anos para chegar à Terra. Na Via Láctea, a missão procurará por água e moléculas orgânicas – essenciais à vida, pelo que sabemos – em berços estelares, regiões nas quais estrelas nascem do gás e poeira, assim como em discos ao redor de estrelas onde novos planetas podem estar se formando.
A cada seis meses, o SPHEREx vasculhará o céu inteiro utilizando tecnologias adaptadas de satélites e de espaçonaves enviadas à Marte. A missão criará um mapa do céu em 96 faixas de cor, muito além das resoluções de cor dos mapas anteriores que também cobriam o céu inteiro. Igualmente, identificará alvos para missões futuras estudarem mais detalhadamente, tal como farão o Telescópio Espacial James Webb e o Telescópio Wide Field Infrared Survey, ambos da agência espacial norte-americana.
O programa da NASA para Exploração em Astrofísica abriu submissões para novas missões em Setembro de 2016. Nove propostas foram submetidas e dois conceitos de missões foram selecionados para estudos aprofundados em Agosto de 2017. Depois de uma revisão detalhada do painel da NASA e de cientistas e engenheiros associados, a NASA determinou que o conceito do SPHEREx detinha o melhor potencial científico e desenvolvimento considerável praticável.
O principal responsável pelo desenvolvimento da missão é James Bock do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), em Pasadena. A Caltech trabalhará em conjunto com o Laboratório de Jatopropulsão (JPL) da NASA para desenvolver a carga útil da missão, a parte física e tecnológica que é responsável pelos objetivos científicos da missão. O JPL também irá administrar a missão.
O Ball Aerospace, sediado em Broomfield no Colorado, fará a integração do veículo espacial. O Instituto Coreano de Ciências Espaciais e Astronomia, com sede em Daejeon na Coréia do Sul, contribuirá com equipamentos de teste e análise científica/teórica.
O programa de Exploração da NASA, gerido pelo Centro de Vôo Espacial Goddard da agência em Greenbelt, Maryland, é o programa contínuo mais antigo da NASA. Sua função é prover soluções de acesso ao espaço frequentes e de baixo custo que sejam relevantes para os programas de Astrofísica e Heliofísica dos diretórios de missões científicas da NASA.
Este programa já lançou mais de 90 missões, a primeira destas sendo a Explorer 1 em 1958, a qual descobriu os cinturões de radiação da Terra e é o objeto feito pelo homem mais distante da Terra atualmente. Outra missão ‘Explorer’, tal como será o SPHEREx, é o Cosmic Background Explorer, que lançado em 1989, rendeu um Prêmio Nobel.
Mais informações sobre o programa Explorer estão disponíveis aqui.