Traduzido por Julio Batista
Original de AFP para o ScienceAlert
A empresa por trás do aplicativo ChatGPT, que produz redações, poemas ou códigos de computação sob comando, lançou na terça-feira uma atualização há muito tempo esperada de sua tecnologia de inteligência artificial (IA) que, segundo ela, seria mais segura e precisa do que seu antecessor.
O GPT-4 tem sido amplamente aguardado desde que o ChatGPT entrou em cena no final de novembro, impressionando os usuários com seus recursos baseados em uma versão mais antiga da tecnologia da OpenAI, conhecida como grande modelo de linguagem.
“Criamos o GPT-4, o marco mais recente no esforço da OpenAI em ampliar o aprendizado profundo”, disse um blog da empresa, acrescentando que a tecnologia AI “exibe desempenho de nível humano” em algumas tarefas profissionais e acadêmicas.
A empresa disse que o modelo é “mais criativo e colaborativo do que nunca” e “resolverá problemas difíceis com maior precisão” do que suas versões anteriores.
Com sua atualização, as respostas de texto do GPT-4 serão mais precisas e – no futuro – virão de entradas de imagem e texto em um grande salto para a tecnologia, embora esse aspecto ainda não tenha sido liberado.
Por exemplo, se um usuário enviar uma foto do interior de uma geladeira, o GPT-4 não apenas identificará corretamente o que está lá, como também preparará algo que pode ser feito com esses ingredientes.
A OpenAI disse que está trabalhando com uma empresa parceira, a Be My Eyes, para preparar o próximo avanço.
Grande parte do poder de fogo do novo modelo está agora disponível para o público em geral via ChatGPT Plus, plano de assinatura paga da OpenAI e em uma versão com inteligência artificial do mecanismo de pesquisa Bing da Microsoft que está sendo testado atualmente.
A OpenAI é apoiada pela Microsoft, que no início deste ano disse que financiaria a empresa de pesquisa em bilhões de dólares.
A fabricante do Windows integrou rapidamente a tecnologia em seu mecanismo de busca Bing, navegador Edge e outros produtos.
A adoção extensa do ChatGPT pela Microsoft desencadeou uma corrida com o Google, que anunciou suas próprias versões da tecnologia AI, com Amazon, Baidu e Meta também entrando, ansiosos para evitar ficar para trás.
Menos ‘alucinações’
A OpenAI disse que a nova versão tinha muito menos probabilidade de sair dos trilhos do que seu chatbot anterior, com interações amplamente divulgadas com o ChatGPT ou o chatbot do Bing, nas quais os usuários recebiam mentiras, insultos ou outras chamadas “alucinações”.
“Passamos seis meses tornando o GPT-4 mais seguro e deixamos ele ‘na linha’. O GPT-4 tem 82% menos probabilidade de responder a solicitações de conteúdo não permitido e 40% mais probabilidade de produzir respostas factuais”, disse a equipe da OpenAI.
O fundador Sam Altman admitiu que, apesar da expectativa, o GPT-4 “ainda é falho, limitado e parece mais impressionante no primeiro uso do que depois de passar mais tempo com ele”.
“O poder do algoritmo aumentará, mas não é uma segunda revolução”, disse Robert Vesoul, CEO da Illuin Technology, uma start-up francesa de IA.
Vesoul questionou as medidas de segurança tomadas pela OpenAI, que já foi atingida por críticas do bilionário Elon Musk de que a empresa está restringindo demais o discurso sobre sua IA para evitar respostas mais embaraçosas.
“Não tenho certeza se quero que uma IA bloqueie respostas sobre tópicos desconhecidos… Uma IA deve decidir se eu fumo ou não?” disse Vesoul à AFP.
Outras empresas parceiras no lançamento do GPT-4 incluem a Morgan Stanley, que usará a IA para ajudar a orientar seus banqueiros e seus clientes.
“Você essencialmente tem o conhecimento da pessoa mais experiente em gestão de patrimônio – instantaneamente”, disse Jeff McMillan da Morgan Stanley em um comunicado.
Outros parceiros incluem a Khan Academy, a gigante do ensino on-line, e o Stripe, um aplicativo financeiro que usará o GPT-4 para combater fraudes e para outros usos.