Os golfinhos podem não ser o primeiro animal em que você pensa quando se trata de montar uma equipe de guerreiros endurecidos para batalha, mas os militares russos estão recrutando golfinhos nariz-de-garrafa para defender a base naval de Sebastopol, no Mar Negro.
De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, “mamíferos marinhos treinados” estão sendo mantidos em cercados para deter mergulhadores.
Essas cercados quase dobraram em número nas últimas semanas, de acordo com a inteligência do Reino Unido, sugerindo que mais golfinhos estão sendo recrutados para a causa. Embora eles não enfrentem mergulhadores humanos em combate corpo a corpo, eles podem ser usados para sinalizar a presença de mergulhadores na água para seus treinadores e talvez marcá-los para que sejam mais fáceis de localizar.
Crucialmente, como apontado por um relatório do Naval News, ninguém pode nadar melhor que um golfinho – nem mesmo os mergulhadores subaquáticos mais experientes. Isso torna esses animais muito úteis quando se trata de perceber os mergulhadores que estão tentando passar despercebidos.
Os golfinhos-nariz-de-garrafa podem atingir velocidades de cerca de 29 quilômetros por hora na água, o que é significativamente maior do que os 10 quilômetros por hora que os melhores nadadores humanos são capazes de atingir.
As informações fornecidas ao Naval News indicam que podem haver até sete golfinhos em serviço no porto no momento. Esses golfinhos também podem ser movidos pela base, sendo transportados por barcos em comportas especialmente projetadas.
Os golfinhos também não são a única linha de defesa. Uma extensa rede de redes anti-torpedo, sistemas de bombas de profundidade e lançadores de foguetes estão protegendo Sevastopol. Se os mergulhadores passarem por tudo isso, eles terão que enfrentar os golfinhos.
Os russos controlam Sevastopol desde a invasão da Crimeia em 2014, e é um alvo claro para as forças ucranianas.
Acredita-se que a marinha russa tenha implantado animais marinhos há anos: as chamadas baleias-espiãs foram notadas, carregando equipamentos russos que podem ou não ser usados para fins de monitoramento e mostrando uma simpatia incomum para com os humanos.
Essa simpatia ou vontade de se aproximar dos barcos pode ser para que possam se livrar de suas ‘selas’, foi sugerido. No entanto, os países não estão particularmente interessados em revelar detalhes de suas estratégias militares ou o que podem ter descoberto das de outras nações.
Também não são só os russos, porque os EUA também treinaram golfinhos para procurar minas submarinas e marcar suas localizações com bóias, por exemplo. Isso vem acontecendo desde a década de 1960, então estamos falando de décadas de pesquisa e implantação.
Embora a ideia de golfinhos de defesa militar inicialmente pareça absurda, quando você se aprofunda um pouco mais, ela realmente faz muito sentido – tanto que duas das maiores superpotências do mundo estão usando a tática.
Por David Nield
Publicado no ScienceAlert