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Oferenda de 2.000 anos à deus-serpente encontrada preservada sob pirâmide mexicana

Por Owen Jarus
Publicado na Live Science

Quase 2.000 anos atrás, o antigo povo de Teotihuacán embrulhou ramos de flores em lindos buquês, colocou-os sob um amontoado de madeira e incendiou a pilha.

Agora, os arqueólogos encontraram os restos dessas flores surpreendentemente bem preservadas em um túnel serpenteando sob uma pirâmide da cidade antiga, localizada a nordeste do que hoje é a Cidade do México.

O buquê de flores, que sobreviveu a uma fogueira há 2.000 anos. Créditos: INAH / Sergio Gómez.

A pirâmide em si é imensa e teria 23 metros de altura quando foi construída, o que a torna mais alta do que a Esfinge de Gizé do Antigo Egito. A pirâmide de Teotihuacán faz parte do “Templo da Serpente Emplumada”, que foi construído em homenagem a Quetzalcoátl, um deus-serpente adorado na Mesoamérica.

Arqueólogos encontraram os buquês 18 m abaixo do solo na parte mais profunda do túnel, disse Sergio Gómez-Chávez, arqueólogo do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) que está liderando a escavação do local.

Numerosas peças de cerâmica, junto com uma escultura representando Tlaloc, um deus associado à chuva e à fertilidade, foram encontradas ao lado dos buquês, acrescentou.

Os buquês provavelmente faziam parte de rituais, possivelmente associados à fertilidade, que os nativos realizavam no túnel, disse Gómez-Chávez ao Live Science em um e-mail. A equipe espera que, ao determinar a identidade das flores, possam aprender mais sobre os rituais.

A equipe descobriu os buquês apenas algumas semanas atrás. O número de flores em cada buquê varia, disse Gómez-Chávez, observando que um buquê tem 40 flores amarradas enquanto outro tem 60 flores.

Arqueólogos encontraram evidências de uma grande fogueira com vários pedaços de madeira queimada onde os buquês foram colocados, disse Gómez-Chávez. Parece que as pessoas colocaram os buquês no chão primeiro e depois os cobriram com uma grande quantidade de madeira. A quantidade de madeira parece ter protegido os buquês das chamas da fogueira.

Reconstrução digital do túnel sob a pirâmide de Teotihuacán. Créditos: INAH / Sergio Gómez.

O túnel que a equipe de Gómez-Chávez está escavando foi encontrado em 2003 e rendeu milhares de artefatos, incluindo cerâmica, esculturas, grãos de cacau, obsidiana, restos de animais e até mesmo uma paisagem em miniatura com piscinas de mercúrio líquido.

Os arqueólogos ainda estão tentando entender por que os povos antigos criaram o túnel e como o usaram.

Teotihuacán contém várias pirâmides e prosperou entre cerca de 100 a.C. e 600 d.C. Tinha um núcleo urbano que cobria 20 quilômetros quadrados e podia ter uma população de 100.000 pessoas.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.