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Pediatria: procedimentos pouco invasivos beneficiam diagnóstico e prevenção de doenças

Os procedimentos da medicina nuclear, ramo da medicina que usa quantidades mínimas de substâncias radioativas (radiofármacos), são uma ferramenta útil para a pediatria. Além de pouco invasivos, permitem um diagnóstico preciso por imagem dos órgãos e tecidos vivos em pleno funcionamento. Ainda assim, a falta de conhecimento e o medo infundado da população quando o assunto é radioatividade seguem como entraves.

Segundo o médico nuclear e diretor da clínica especializada MND Piracicaba, Pedro Arouca, existe um temor quando os procedimentos envolvem elementos radioativos. “Isso se deve, sobretudo, à falta de conhecimento. A quantidade de radiação envolvida é ínfima e utiliza radioisótopos de meia-vida muito curta. Esses fatores tornam o diagnóstico da medicina nuclear mais seguro do que muitos exames mais invasivos e menos precisos”, explica.

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Entre os principais exames utilizados em pacientes pediátricos, está a cintilografia, ferramenta de diagnóstico que usa elementos radioativos diferentes para analisar partes específicas do organismo. Esse tipo de estudo é utilizado na investigação tanto de doenças benignas quanto tumores malignos que se manifestam em todos os sistemas do corpo humano, tais como o urinário, gastrointestinal e musculoesquelético, entre outros.

Na cintilografia, pequenas quantidades desse material radioativo são inseridas no organismo por injeção, ingestão ou inalação. As formas variadas permitem que o método seja usado para diagnosticar, estadiar, tratar ou acompanhar a evolução da doença.

“A medicina nuclear ainda é utilizada em procedimentos como a cistografia radioisotópica, para o acompanhamento do refluxo de urina da bexiga para os rins, e a cintilografia óssea, para suspeita de osteomielite e pesquisa de metástases ósseas”, diz o especialista.

Risco menor

De acordo com Arouca, a dosagem de elementos radioativos aplicada à medicina nuclear é calculada levando em consideração o peso corporal do paciente. Dessa forma, a quantidade de radiação recebida é muito baixa.

“Na maioria das vezes, trabalhamos com dosagens inferiores àquelas utilizadas em outros procedimentos radiológicos, como a tomografia computadorizada. Essa segurança torna a cintilografia uma ferramenta de diagnóstico segura até mesmo em recém-nascidos, sendo usada principalmente na investigação de doenças renais”, finaliza o diretor da MND Piracicaba17.

Matheus Steinmeier

Matheus Steinmeier

Jornalista e pós-graduando em Divulgação Científica pela Unicamp