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Peixe estranho do fundo do mar aparece em uma praia dos EUA: “caso extremamente raro”

Por Rachael Rettner
Publicado na Live Science

Um peixe que parece ter vindo direto de um pesadelo e que normalmente vive a milhares de metros abaixo da superfície do oceano foi levado recentemente à costa de uma praia da Califórnia, nos EUA, de acordo com reportagens.

O peixe das profundezas, conhecido como tamboril ou peixe-pescador, é bastante esquivo e raramente visto fora do fundo do oceano, de acordo com o The Guardian.

Mas no início deste mês, o corpo intacto de um tamboril foi avistado no Parque Estadual Crystal Cove em Orange County, Califórnia, pelo banhista e pescador Ben Estes, relatou o The Guardian.

Créditos: Parque Estadual Crystal Cove / Facebook.

Exatamente como os peixes chegaram lá é um mistério. “Ver um tamboril intacto de verdade é muito raro e não se sabe como ou por que o peixe acabou na costa”, escreveram a equipe do Parques Estadual Crystal Cove em uma postagem em sua página no Facebook.

A bizarra criatura é normalmente encontrada em profundidades oceânicas de cerca de 915 metros, disse a postagem.

Mais de 200 espécies de tamboril foram encontradas em todo o mundo, e os funcionários do parque determinaram que o espécime, neste caso, é provavelmente um peixe-futebol do Pacífico.

O tamboril de águas profundas apareceu na Newport Beach na manhã de sexta-feira! Na praia do Parque Estadual Crystal Cove, a equipe foi alertada por um visitante, chamado Ben Eslef, e foi capaz de recuperar este espécime intacto”. Créditos: Davey’s Locker / Twitter.

A boca do peixe possui uma série de dentes afiados e pontiagudos; e o topo de sua cabeça apresenta uma haste longa e protuberante com uma lâmpada bioluminescente na extremidade, que é usada “como isca para atrair presas na escuridão” do oceano profundo, disse a postagem do Parque Estadual Crystal Cove.

(Uma representação do peixe assustador faz uma aparição memorável no filme Procurando Nemo de 2003.)

Dory e Marlin encontram um tamboril faminto no filme Procurando Nemo. Crédito: Pixar Animation Studios.

Os peixes-futebol fêmeas podem crescer até 0,6 metros de comprimento, enquanto os machos têm apenas cerca de 2,5 centímetros, disseram os funcionários do parque. E o método de reprodução do peixe é incomum, para dizer o mínimo.

“Os machos agarram-se à fêmea com os dentes e tornam-se ‘parasitas sexuais’, eventualmente unindo-se à fêmea até que não reste nada de sua forma a não ser seus testículos para a reprodução”, disse a equipe no Facebook.

O espécime incomum, neste caso, talvez será transferido para o Museu de História Natural de Los Angeles para fazer parte da coleção do museu, de acordo com o The Guardian. Atualmente, ele está sendo armazenado por funcionários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia, de acordo com a CNN.

Fóssil de um tamboril de águas profundas, Acentrophryne dolichonema. Créditos: Peitsch & Shimazaki, Copeia, 2005.

“Ver este peixe estranho e fascinante é uma prova da diversidade da vida marinha que se esconde abaixo da superfície da água nas AMPs da Califórnia [áreas marinhas protegidas]”, disse a postagem do Parque Estadual Crystal Cove.

“E à medida que os cientistas continuam a aprender mais sobre essas criaturas do fundo do mar, é importante refletir sobre o quanto ainda há a ser aprendido com nosso maravilhoso oceano”.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.