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Por que ETs não contataram a Terra? Talvez os alienígenas estejam esperando o momento exato

Traduzido por Julio Batista
Original de Stephanie Pappas para a Live Science

Os alienígenas podem estar esperando até uma versão cósmica do “meio-dia” chegar para enviar seus sinais para nós, sugeriram os cientistas.

Em um novo estudo, os pesquisadores procuraram sinais tecnológicos de ETs durante os momentos em que os exoplanetas passam diretamente na frente de suas estrelas, do ponto de vista da Terra. Esses momentos exatos podem ser a chance perfeita para um mundo alienígena enviar um sinal para os terráqueos na tentativa de fazer contato.

“Os trânsitos exoplanetários são especiais porque podem ser calculados tanto por nós na Terra, como observadores, quanto por qualquer espécie tecnológica em potencial no próprio sistema exoplanetário, como transmissores”, disse a líder do estudo, Sofia Sheikh, pesquisador de pós-doutorado em radioastronomia no Instituto de Busca por Inteligência Extraterrestre (SETI, na sigla em inglês). Esses trânsitos, então, são um tempo previsível e repetitivo durante o qual os alienígenas podem pensar em enviar mensagens e os terráqueos podem procurar recebê-las.

“Essa estratégia nos ajuda a reduzir a enorme questão de onde e quando procurar uma mensagem nas vastas extensões do espaço”, disse Sheikh ao Live Science por e-mail.

O novo estudo, publicado em 9 de dezembro no site de pré-impressão arXiv e programado para publicação revisada por pares no The Astronomical Journal, não encontrou nenhuma evidência de alienígenas tagarelas. Mas o estudo pesquisou apenas uma dúzia de planetas distantes. No futuro, eles planejam olhar mais longe com uma variedade de telescópios.

Desde que a tecnologia de rádio foi inventada no final do século 19, a Terra tem vazado transmissões para o espaço – e ocasionalmente, como na famosa Mensagem de Arecibo de 1974, as envia deliberadamente na esperança de contatar qualquer extraterrestre inteligente que possa estar ouvindo. Esperando que civilizações alienígenas inteligentes também possam vazar sinais tecnológicos, ou tecnoassinaturas, os pesquisadores também examinam a galáxia em busca de ondas de rádio que possam ter se originado de tecnologia alienígena.

Mas a galáxia é um lugar grande, então uma questão chave é onde procurar. Sheikh e sua equipe decidiram espiar exoplanetas distantes enquanto eles passavam na frente de suas estrelas, no que é conhecido como “ponto focal de Schelling” – uma solução para um problema que dois indivíduos tendem a adotar se não estiverem se comunicando uns com os outros. Em outras palavras, o momento do trânsito planetário parece ser o momento lógico para se conectar, tanto do ponto de vista do transmissor quanto do receptor.

Sheikh e seus colegas usaram o telescópio Robert C. Byrd Green Bank da Virgínia Ocidental, EUA, para procurar sinais de rádio de 12 exoplanetas cujos trânsitos foram observáveis ​​durante uma breve janela de tempo em março de 2018. Eles detectaram muitos sinais de rádio – quase 34.000, na verdade – mas 99,6% desses poderiam ser descartados imediatamente como interferência das comunicações terrestres. Um grupo de cientistas cidadãos treinados fez o trabalho de examinar os sinais.

No final, todos os sinais, exceto dois, foram determinados como originados devido à interferência. Os dois restantes, um par de rajadas de rádio curtas de Kepler-1332b e Kepler-842b – ambos planetas potencialmente rochosos maiores que a Terra – foram considerados dignos de mais acompanhamento. No entanto, disse Sheikh, esses dois também são quase certamente devido a interferência e não são mensagens reais.

No entanto, disse ela, o estudo é uma prova de que o método de busca pode funcionar. Os pesquisadores planejam fazer mais observações no futuro no Allen Telescope Array do Instituto SETI, na Califórnia, EUA.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.