Traduzido por Julio Batista
Original de AFP para o Phys.org
Cientistas encontraram restos de quatro espécies de dinossauros, incluindo um megaraptor, em um vale inóspito na Patagônia chilena, que se destacou na última década como um importante depósito de fósseis, disseram pesquisadores na quarta-feira.
Os fósseis foram encontrados em Cerro Guido, no vale de Las Chinas, no sul do Chile, perto da fronteira com a Argentina, e levados para um laboratório em 2021. Os pesquisadores disseram que pertencem a dinossauros que não haviam sido identificados anteriormente na área.
“É sempre super emocionante em termos científicos encontrar algo que não foi descoberto ou descrito anteriormente no vale de Las Chinas, onde nos acostumamos a encontrar novos restos fósseis”, disse Marcelo Leppe, diretor do Instituto Antártico Chileno (Inach), que fazia parte da equipe de pesquisa, à AFP.
Inach colaborou com a Universidade do Chile e a Universidade do Texas, EUA, na expedição.
Eles identificaram os restos – incluindo dentes e pedaços de ossos pós-cranianos – de quatro espécies de dinossauros, incluindo o megaraptor, que pertence à família dos terópodes.
Esses dinossauros carnívoros tinham garras de raptores, dentes pequenos para dilacerar carne e membros superiores grandes que, segundo a pesquisa, os colocavam no topo da cadeia alimentar da região que habitaram entre 66 e 75 milhões de anos atrás, no final do período Cretáceo.
“Uma das características que nos permitiu identificar com grande confiança que eles pertencem aos megaraptorídeos é, antes de tudo, que os dentes são muito curvados para trás”, disse Jared Amudeo, pesquisador da Universidade do Chile, em um comunicado.
Eles também identificaram dois espécimes de Unenlagiinae, intimamente relacionados aos velociraptores e que têm uma “nova característica evolutiva, o que indicaria que esta é uma nova espécie de Unenlagiiane ou talvez um representante de um clado (grupo) diferente”, disse Amudeo.
Eles também encontraram restos de duas espécies de aves: um Enantiornithe, o grupo mais diverso e abundante de aves do Mesozoico; e Ornithurinae, um grupo diretamente relacionado às aves modernas.
O trabalho dos cientistas foi compilado em um estudo publicado em dezembro passado no prestigiado Journal of South American Earth Sciences.