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Sinal de rádio intrigante é detectado em sistema estelar vizinho

Por Rafi Letzter
Publicado na Live Science

Astrônomos em busca de sinais de rádio de civilizações alienígenas detectaram um “sinal intrigante” vindo da direção de Proxima Centauri, o sistema estelar mais próximo do Sol, relatou o The Guardian.

Os pesquisadores ainda estão preparando um estudo sobre a descoberta e os dados não foram divulgados, de acordo com o The Guardian. Mas o sinal é supostamente uma faixa estreita de ondas de rádio de 980 MHz detectada em abril e maio de 2019 no telescópio Parkes na Austrália.

O telescópio Parkes faz parte do projeto Breakthrough Listen, de US$ 100 milhões (cerca de R$ 520 milhões na cotação atual), para buscar sinais de rádio de fontes tecnológicas além do sistema solar. O sinal de 980 MHz apareceu uma vez e nunca foi detectado novamente. Essa frequência é importante porque, como a Scientific American aponta, essa faixa de ondas de rádio é normalmente sinais resultantes de naves humanas e satélites.

O Breakthrough Listen detecta sinais de rádio incomuns o tempo todo – entre as fontes terrestres, a saída de rádio natural do Sol e fontes naturais além do Sistema Solar, há muitas ondas de rádio viajando por aí.

Mas este sinal parece ter vindo diretamente do sistema Proxima Centauri, a apenas 4,2 anos-luz da Terra. Ainda mais tentador: o sinal supostamente mudou ligeiramente enquanto estava sendo observado, de uma forma que se parecia com a mudança causada pelo movimento de um planeta. Proxima Centauri tem um conhecido mundo telúrico 17 por cento maior do que a Terra e um conhecido gigante gasoso.

O The Guardian citou uma fonte não identificada que teve aparente acesso aos dados deste sinal, dizendo se tratar do “primeiro candidato sério para uma comunicação alienígena desde o ‘Sinal Wow!'”, um famoso sinal de rádio detectado em 1977 que também se assemelhava a uma tecnossignatura.

Mas o The Guardian advertiu que esse sinal “provavelmente também terá uma origem mundana”.

Essas fontes mais mundanas incluem um cometa ou a nuvem de hidrogênio deste, o que também poderia explicar o “Sinal Wow!”.

Sofia Sheikh da Universidade Estadual da Pensilvânia (EUA), que liderou a análise do sinal para o Breakthrough Listen, expressou seu entusiasmo sobre isso: “É o sinal mais empolgante que encontramos no projeto Breakthrough Listen, porque não tivemos um sinal anormal dentro dos nossos filtros anteriores”, disse Sheikh à Scientific American, acrescentando que o sinal agora está sendo referido como Breakthrough Listen Candidate 1, ou BLC1.

Um desafio inerente à busca de comunicações alienígenas é que ninguém sabe como os alienígenas podem se comunicar, e ninguém conhece todas as fontes naturais potenciais de ondas de rádio no Universo. Portanto, quando chegam sinais que parecem até plausivelmente tecnológicos e não vêm com explicações naturais fáceis, é tentador pular para a explicação dos alienígenas.

Até o momento, nenhum dado sobre esse sinal é público e é provável que, mesmo quando ele se torne público, não haja respostas conclusivas; foi o que aconteceu, afinal, com o “Sinal Wow!”.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.