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Sonda molecular ajudará na detecção de problema comum em soropositivos

 

 

Em Manaus (AM), a segunda causa de morte de pacientes soropositivos (portadores de HIV/AIDS) é por histoplasmose. A histoplasmose é causada pelo fungo Histoplasma capsulatum, presente em fezes de morcegos e aves. Os sintomas mais comuns são infecções assimtoáticas, febre, dor de cabeça, dor torácica, tosse, fraqueza, falta de ar e de apetite até a ocasional morte do paciente. O diagnóstico dessa doença fica pronto em 25 dias, mas, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (Inpa/MCTI) desenvolveram uma sonda molecular que diagnostica a doença em quatro horas, podendo salvar muitos pacientes imunocomprometidos.

A sonda, chamada de hibridização in situ fluorescente (Fish, siga em inglês), foi desenhada para funcionar com amostras de sangue pré-incubadas de pacientes com suspeita de histoplasmose. Mais tecnicamente, duas sondas para a detecção do Histoplasma capsulatum foram desenvolvidas, a Hca1 (com o código genético 5′ -AGTCGAGGCTTTCAGCATGT-3 ‘)  e a Hca2 (com o código genético 5’ – CTGACGACCATTAAGCCAGC-3 ‘). A utilização das sondas contaram com a utilização dos softwares Primer 3 (www.primer3.com) e probeCheck (www.microbial-ecology.net/probecheck/).

Basicamente, essas duas sondas reconhecem o código genético do fungo. Após o reconhecimento, o código da sonda pareia com o código do fungo liberando uma fluorescência que sinaliza que tal amostra de sangue está infectada. Esse processo todo demora apenas quatro horas, o que pode aumentar as chances de tratamento e recuperação e, consequentemente, a manutenção da vida do paciente imunocomprometido.

“Nossos resultados sugerem que o Fish pode ser uma tecnologia útil para o diagnóstico correto e oportuno das infecções por histoplasmose, [tecnologia] que é urgentemente necessária”, diz o artigo do trabalho publicado no periódico Oxford Journals. Em entrevista para o Portal do Inpa, o pesquisador Roberto Silva, um dos desenvolvedores da sonda, afirma que não é necessária a presença de subculturas para a identificação da doença, que encarece o início do tratamento por requerer pelo menos 20 dias para o crescimento da subcultura. A técnica é simples e não exige mais do que equipamentos padrões de laboratório como incubadora e um microscópio de inflorescência. “Procedimentos que permitam a detecção mais rápida de H. capsulatum em hemoculturas positivas são necessários para o início precoce de uma terapêutica adequada”, diz o pesquisador.

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O pesquisador Roberto Silva

Veja mais:

Artigo completo do trabalho: http://bit.ly/1KfyIKQ

Notícia no Portal do Inpa: http://bit.ly/1OkgVWX

Yara Laiz Souza

Yara Laiz Souza

Estudante de Ciências Biológicas na Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Divulgadora Científica nas redes sociais, escreve para diversos sites e revistas online, tem uma modesta página no Facebook (Ciência em Pauta - Por Yara Laiz Souza) e, nas horas vagas, cultua fotos do Benedict Cumberbatch no celular.