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Tecnologia permite melhor prognóstico do tratamento de câncer de próstata

Considerado um dos principais progressos da medicina nuclear, o exame de PET/CT com fluoreto-18F permite avaliar o prognóstico de pacientes submetidos a tratamento de câncer de próstata com o medicamento radioativo Radium-223 (Ra-223). A técnica consiste realização da Tomografia Computadorizada por Emissão de Prótons (PET/CT) com o traçador radioativo ósseo denominado fluoreto-18F. Dessa forma, é possível ter imagens mais detalhadas para a pesquisa de metástases ósseas. As metástases ósseas são as principais causas de disseminação da doença que ocorre em pacientes com câncer de próstata.

A diretora do serviço especializado da MND Campinas, Profa. Dra. Elba Etchebehere, explica que o PET/CT com fluoreto-18F traz a possibilidade de avaliar o prognóstico de forma mais precisa do que o disponível com outras técnicas, como cintilografia óssea. As imagens de fluoreto-18F PET/CT permitem avaliar, nos pacientes com câncer de próstata, submetidos a tratamento com Ra-223, o risco de eventos ósseos, o risco de insuficiência de medula óssea e a sobrevida global.

“Pela primeira vez, é possível ter um forte preditor independente de resposta para o tratamento desse tipo de câncer que afeta um em cada seis homens em todo o mundo através das imagens de PET/CT com fluoreto-18F”, conta.

Dificuldade de acesso

Por mais que traga ganhos representativos para uma doença tão comum, o acesso ao PET/CT com fluoreto-18F ainda é difícil no Brasil. Como todas as especialidades médicas de alta complexidade, a medicina nuclear envolve custos elevados.

“O principal agravante é que um exame como esse, vital para uma melhor conduta terapêutica para o câncer de próstata com metástase óssea, ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), restringindo o acesso da população a esse avanço”, explica a Profa. Dra. Elba Etchebehere.

Discutindo a especialidade

A diretora da MND Campinas discutiu as “Perspectivas para medicina nuclear no câncer de próstata”, durante o XXIX Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear. O encontro é o mais importante da especialidade no País e aconteceu entre os dias 23 e 25 de outubro, no Rio de Janeiro.

Além de discutir o avanço do PET/CT com fluoreto-18F, ela apresentou os resultados da terapia com Ra-223. Esse tratamento foi recentemente liberado pela ANVISA e tem apresentado um aumento significativo de sobrevida dos pacientes com câncer de próstata metastático. Estes temas já foram apresentados por ela no Congresso Anual Europeu de Medicina Nuclear (EANM) em 10 de outubro em Hamburgo, Alemanha e também no International PET Conference (iPET) em 5 de Outubro em Vienna, Áustria. “O Ra-223 já foi liberado, mas ainda aguarda precificação para ser amplamente utilizado”, finaliza.

Matheus Steinmeier

Matheus Steinmeier

Jornalista e pós-graduando em Divulgação Científica pela Unicamp