Pular para o conteúdo

Tecnologias da Informação a serviço da saúde

Não é de hoje que a área da saúde recorre a novas tecnologias ou as reinventa, de acordo com as necessidades e demandas que se apresentam. Os serviços de saúde geralmente possuem algum tipo de tecnologia, ao menos alguma, voltada para o manejo da informação. Seja para processar dados epidemiológicos, seja para preservar documentos e manter arquivos que possam se deteriorar, ou para outros fins que possam auxiliar as boas práticas em saúde, sobretudo as baseadas em evidências.

Programas estatísticos e de processamento de dados

Existem programas e sistemas que foram designados ou são utilizados para armazenar, processar e aplicar dados e transformá-los em informação que possa ser empregada para se obter resultados práticos para a saúde pública.

O uso da Estatística na saúde se constitui de uma importante ferramenta de transformação de realidades.

O DATASUS, por meio do TABNET, é o sistema que trabalha informações pertinentes à saúde pública brasileira, voltado para o Sistema Único de Saúde. Inicialmente voltado para administrar informações sobre natalidade e mortalidade, hoje abrange informações epidemiológicas e sobre a morbidade.

Ainda existem, dentre outros, o SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), pacote pago desenvolvido pela IBM que atua na elaboração de estatísticas preditivas, por exemplo; e o Epi Info, sistema de software livre desenvolvido pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention) que está disponível para Windows, dispositivos móveis como tablets e smartphones e mecanismos de arquivamento em nuvem, útil para o desenvolvimento de bases de dados e gráficos. Ambos são programas que auxiliam no processamento de dados estatísticos que possam ser convertidos em informações epidemiológicas e de cunho social, aplicadas também ao uso acadêmico.

Por meio destes softwares e sistemas, é possível realizar predições com base nos dados e inferir a respeito de fenômenos relacionados com a saúde pública, ajudando no planejamento de práticas e na adoção de políticas públicas.

Sistemas de registro de informações e outros meios digitais

Por meio de prontuários eletrônicos, é possível efetuar registro de grande quantidade de dados relacionados a pacientes que entram e saem dos serviços de saúde. Os protocolos de admissão e alta, se informatizados, podem melhorar a introdução e o arquivamento de informações nos sistemas de hospitais, postos, unidades básicas, clínicas e consultórios.

O prontuário físico, de papel, ainda é o principal meio de registro e arquivamento disponível nos serviços de saúde. A pretensão é a de que um dia seja possível eliminá-lo completamente, além de disponibilizar os dados para consulta pessoal do paciente e permitir a integração dos sistemas adotados num dado território.

Plataformas de educação à distância

O ensino na modalidade à distância (EAD) tem se tornado um dos principais meios de se obter formação e capacitação ou atualização profissional, e não poderia ser diferente na área da saúde. Pode ser totalmente à distância, por meio do apoio de tutores e acesso a plataformas de ensino específicas; ou pode ser semipresencial, quando inclui aulas e supervisões presenciais, previamente agendadas em polos locais ou regionais distribuídos geograficamente.

Entretanto, devido à logística de alguns cursos da saúde, o reconhecimento do ensino à distância possui restrições ou vetos. O credenciamento e respectivo reconhecimento de um curso é feito diretamente com a União, por meio do Ministério da Educação, e no caso da saúde, precisa ter aval do Conselho Nacional de Saúde (CNS) quando de cursos relacionados com a Medicina, a Odontologia e a Psicologia. Existem instituições de ensino superior devidamente credenciadas e reconhecidas pelo Ministério da Educação que já possuem autonomia para oferecer cursos à distância.

Uma das iniciativas de oferecer ensino à distância em nosso país é através da Universidade Aberta do Brasil (UAB), vinculada à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Para os profissionais de saúde pública, a Secretaria de Vigilância em Saúde oferece cursos de qualificação em vigilância em saúde.

Telessaúde

É um programa criado para dar suporte à formação continuada de profissionais de saúde, que podem ter acesso a cursos e consultoria online. Se constitui de uma importante ferramenta de auxílio a trabalhadores da saúde que se encontram diante de casos atípicos ou de especificidades que precisem do apoio de algum especialista no assunto. Além disso, pode oferecer conferências, suporte diagnóstico, dentre outras funções.

O futuro

As tecnologias da informação aplicadas à saúde podem contribuir para a melhoria nos serviços, bem como na ampliação destes e na possibilidade de se oferecer saúde a comunidades cada vez mais distantes, tornando-as próximas dos grandes centros de saúde espalhados no Brasil, e no mundo também.

Pedro H. Costa

Pedro H. Costa

Bacharel em Enfermagem e Obstetrícia pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atuo desde 2012 no Centro de Estudos e Pesquisas sobre Álcool e outras Drogas, pela mesma instituição. Interessado em saúde, educação, ciência e filosofia. Faça uma pergunta: ask.fm/phcs91