Publicado na Nature
Físicos descobriram uma variante exótica do potássio que tem uma vida muito mais longa do que o previsto – o que sugere a existência de outros átomos mais extremos, que aumentam os limites conhecidos da estrutura nuclear.
Isótopos são formas alternativas de um único elemento químico, cada um com o mesmo número de prótons, mas diferentes números de nêutrons. Se um isótopo tem poucos nêutrons, o núcleo não pode se manter unido. É dito que esse isótopo está “além da linha de gotejamento do próton”.
Daria Kostyleva, do GSI Helmholtz Centre for Heavy Ion Research em Darmstadt, Alemanha, e seus colegas formaram um feixe de átomos de argônio. Os átomos trocaram prótons e nêutrons, criando o potássio-31, que possui 12 nêutrons e 19 prótons. São quatro nêutrons além da linha de gotejamento – o que significa que faltaram quatro nêutrons para ele ficar estável.
A análise da equipe mostrou que a meia-vida do potássio-31 é de cerca de cinco bilionésimos de segundos, muito mais do que o previsto para um isótopo além da linha de gotejamento. Pode ser possível detectar átomos que são até sete nêutrons além da linha de gotejamento, o que pode ajudar os pesquisadores a testar predições fundamentais da física quântica, escrevem os autores.
Referência
- Kostyleva, D., et al. “Towards the Limits of Existence of Nuclear Structure: Observation and First Spectroscopy of the Isotope K 31 by Measuring Its Three-Proton Decay.” Physical Review Letters 123.9 (2019): 092502.