Por Yara Laiz Souza
Publicado na Space Today
Kate Rubins, bióloga que está a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) da NASA, conseguiu sequenciar um bilhão de pares de base de DNA usando o sequenciador de biomolécula Minion. O aparelho foi desenvolvido pela Universidade de Oxford para a agência e testado pela bióloga, que sequenciou um DNA em poucas semanas. Assim, o sequenciamento de DNA de organismos diversos em microgravidade torna-se possível além de um equipamento totalmente novo começar a ser um aliado importante para a detecção de organismos patogênicos em hospitais do mundo inteiro.
O DNA guarda as informações sobre todos os seres vivos terrestres. Suas bases moleculares são adenina (A), timina (T), guanina (G) e citosina (C). Se você consegue sequenciar tais bases consegue ter as características contidas no DNA que irão formar um ser vivo. O sequenciador de biomoléculas Minion da NASA é um aparelho que sequencia essas bases em condições de microgravidade e abriu uma nova era de pesquisas médicas e científicas.
Assim, em viagens futuras para locais distantes como Marte, os astronautas serão capazes de identificar doenças em pouco tempo. Além disso, podem identificar com precisão os micróbios escondidos dentro da ISS.
Para testar o equipamento, Kate recebeu amostras de DNA de ratos, vírus e bactérias. O Minion funciona liberando uma corrente elétrica positiva através de uma membrana dentro do dispositivo chamado nanoporo. Assim, o nanoporo age na amostra de DNA, que bloqueia parte do nanoporo e altera a corrente. Cada alteração identificada é característica de uma determinada sequência de bases do DNA.
Além das amostras enviadas para a ISS, Kate e o restante da tripulação também colheram amostras do chão da estação para detectar algum tipo de vida microbiana. Assim, eles puderam comprar os resultados e comprovar a eficácia do equipamento.
O teste com o equipamento, que é bastante portátil e chega a ser do tamanho de um celular, também serviu para analisar a durabilidade do Minion principalmente durante o lançamento até a ISS. A tripulação continuará com os dados afim de tentar determinar parâmetros que possam interferir nos resultados ou no funcionamento do equipamento.
O Minion também será útil na observação da variação genética dos próprios astronautas. Por exemplo, após uma viagem de longa distância, amostras de DNA dos astronautas podem ser inseridos no aparelho para detectar mutações ocasionadas pela gravidade e radiação cósmica.
Desenvolvido pela Universidade de Oxford, o Minion é uma ótima aplicação em hospitais e em locais interioranos ou de difícil acesso como na África.