Um dinossauro desdentado e nanico “muito raro” acaba de ser descoberto no Brasil

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Paleoarte de Berthasaura leopoldinae. Crédito: Maurilio Oliveira.

Publicado na ScienceAlert

Restos de uma espécie de dinossauro bípede desdentado que viveu há cerca de 70 milhões de anos foram descobertos no Brasil, disseram pesquisadores na quinta-feira, chamando-o de uma descoberta “muito rara”.

O pequeno dinossauro, que media cerca de um metro de comprimento e 80 centímetros de altura, é um terópode, um grupo cujos membros eram quase todos considerados carnívoros.

Mas, intrigantemente, a nova espécie – apelidada de Berthasaura leopoldinae – tem uma boca em forma de bico sem dentes.

Berthasaura tinha um bico córneo, sem dentes. Créditos: Alves de Souza et al, Nature, 2021.

“Foi uma verdadeira surpresa”, disseram os paleontólogos que fizeram a descoberta em nota divulgada pelo Museu Nacional do Brasil.

Eles publicaram suas descobertas na revista Nature, chamando a descoberta de “um dos dinossauros mais completos do período Cretáceo no Brasil”.

“Esse aspecto do dente evoca o questionamento sobre o tipo de dieta do animal”, disse o pesquisador Geovane Alves Souza, um dos autores do estudo. “Isso não quer dizer que por não ter dentes ela não pode comer carne, já que muitas aves, como o falcão e o urubu, o fazem. O mais provável é que fosse um animal onívoro, já que o ambiente era inóspito e ele precisava aproveitar o que tinha disponível”.

O esqueleto fossilizado foi encontrado ao longo de uma estrada rural no sul do estado do Paraná entre 2011 e 2014.

A análise revelou que era uma espécie inteiramente nova que viveu entre 70 milhões e 80 milhões de anos atrás.

A espécie recebeu o nome em homenagem à Bertha Lutz, uma respeitada cientista e feminista brasileira falecida em 1976, e à Maria Leopoldina, a imperatriz do século 19 no Brasil, que foi patrona das ciências.