Marte é um mundo maravilhoso cheio de mistérios. Estamos cada vez mais perto de resolver alguns deles, mas outros permanecem desconcertantes.
Tomemos como exemplo o fenômeno bizarro do terreno cerebral. Consistindo de cristas e depressões espiraladas intrincadamente esculpidas, lembra a superfície enrugada do cérebro humano.
Não se sabe exatamente o que faz com que a paisagem se desenvolva dessa forma.
O terreno cerebral é encontrado nas latitudes médias de Marte, onde as planícies do norte encontram as terras altas do sul. Ocorre em crateras, vales e em formações conhecidas como aventais lobados; características ricas em gelo que se formam na base de estruturas altas, como cristas de crateras e mesas.
Dado que o terreno cerebral ocorre onde há gelo, os cientistas pensam que a sua formação pode ter algo a ver com o comportamento da água congelada.
Uma possibilidade é que as cristas, com cerca de 4 a 5 metros (13 a 16 pés) de altura, e os sulcos sejam de alguma forma escavados por fluxos de gelo.
Outra possibilidade é que as formações sejam produto de gelo de água sob a superfície. A sublimação do gelo através de fraturas pode causar o colapso do solo acima dele, resultando em terreno esburacado e texturizado.
Uma terceira hipótese sugere que o terreno poderia ser criado de forma semelhante aos processos de “classificação de pedras” aqui na Terra. Quando o solo congela, ele se expande, levantando e levantando os sedimentos; quando a geada derrete, o sedimento solto cai e as diferentes pedras dentro dele tendem a cair juntas de acordo com o tamanho. Aqui na Terra, ao longo de repetidos ciclos de congelamento e descongelamento, isso cria padrões no solo.
Há muito pouco aqui na Terra análogo ao terreno cerebral de Marte, mas os cientistas encontraram algo semelhante no Alto Ártico canadense em escalas muito menores, que eles chamam de terreno cerebral terrestre.
Sua descoberta sugere que a sublimação ou a classificação de pedras são mecanismos plausíveis para a formação do terreno, mas também não entendemos completamente o terreno cerebral terrestre.
Como é um pouco mais acessível que Marte, talvez valha a pena dar uma olhada mais de perto no que está acontecendo aqui na Terra, para tentar entender um mundo alienígena a milhões de quilômetros de distância.
Traduzido por Mateus Lynniker de ScienceAlert
