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Primeiro Resultado do LUX Nega Indícios de Matéria Escura

O mistério da matéria escura continua depois do detector de matéria escura mais sensível do mundo revelar seu primeiro resultado.

Nos três primeiros meses de funcionamento, o experimento mais sensível de matéria escura não encontrou sinais de matéria escura, refutando um resultado prévio e inconclusivo de  um outro experimento.

Em abril, cientista do Cryogenic Dark Matter Search, ou CDMS, anunciaram que haviam detectado três candidatos a partículas de matéria escura com uma massa de aproximadamente nove vezes a massa de um próton. Esta manhã (30/10), cientistas do Large Underground Xenon, ou LUX, anunciaram que, se as partículas capturadas no CDMS realmente fossem partículas de matéria escura, o experimento LUX, maior e mais sensível, haveria de ver pelos menos 1600 partículas candidatas, cerca de uma a cada 80 minutos a partir do seu funcionamento inicial.

No entanto, o experimento LUX veio de mãos vazias no seu primeiro funcionamento, conduzido nos últimos meses. Mas a procura mundial pela matéria escura continua.

“O primeiro funcionamento do LUX não significa que não veremos nada no segundo funcionamento”, diz Rick Gaitskell, professor da Universidade Brown, que atua como co-porta-voz do LUX. “É possível que hajam WIMPs (Partículas Massivas de Interação Fraca) escondidas nos nossos dados”.

A matéria escura é cerca de cinco vezes mais prevalente do que a matéria comum. Mas os cientistas só a tem observado indiretamente, através de seus efeitos gravitacionais. Cientistas ao redor do mundo estão trabalhando em experimentos para tentar observá-la diretamente.

O detector LUX consiste de um tanque de titânio de quase 2 metros preenchido de quase um terço de um tonelada de xenônio líquido, resfriado a menos 100 graus Celsius.  Para filtrar partículas vindas de outras fontes como raios cósmicos, o detector é imerso em um tanque com milhares de litros de água pura e situado a mais de um quilômetro e meio abaixo da terra em uma antiga mina de ouro na Dakota do Sul. Se uma partícula de matéria escura atingir um átomo de xenônio no experimento LUX, o átomo deve desencadear a liberação de partículas de luz, permitindo o detector localizar a colisão e medir sua energia. No total, o LUX é 20 vezes mais sensível do que qualquer experimento prévio de matéria escura.

Um longo ano de buscas no LUX irá começar em 2014.

[Symmetry Magazine]

Alberto Albuquerque

Alberto Albuquerque

Sou graduando em física pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Cursei 2 anos de Engenharia Mecânica pela mesma instituição. Sou cético, agnóstico e entusiasta em física.