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1,7 bilhão de tiranossauros andaram na Terra antes de serem extintos, estima estudo

Traduzido por Julio Batista
Original de Harry Baker para a Live Science

O número total de tiranossauros (Tyrannosaurus rex) que já percorreu a Terra foi recalculado por cientistas, com novas pesquisas revelando que 1,7 bilhão desses dinossauros-reis existiram ao longo da história do nosso planeta.

Em abril de 2021, um estudo publicado na revista Science estimou que até 2,5 bilhões de indivíduos T. rex viveram entre 68 e 65,5 milhões de anos atrás, quando vagavam pela Terra. Mas um novo estudo, publicado em 18 de abril deste ano na revista Paleontology, desafiou esse número, sugerindo que o número real provavelmente está mais próximo de 1,7 bilhão.

Eva Griebeler, autora do estudo, ecologista evolutiva da Universidade Johannes Gutenberg de Mainz, na Alemanha, disse à Live Science que seu novo modelo incluiu informações sobre o T. rex que os autores do estudo original ignoraram, o que resultou em um número reduzido.

O resultado é um estudo mais completo que aprimora o trabalho da equipe original, disse Charles Marshall, paleontólogo da Universidade da Califórnia, Berkeley, EUA e principal autor do estudo de 2021, à Live Science.

Um molde de um esqueleto de T. rex que foi encontrado no deserto do leste de Montana em 1990. (Créditos: Keegan Houser/Universidade da Califórnia, Berkeley)

No estudo original, a equipe de Marshall criou um modelo complexo que levava em consideração várias variáveis ​​diferentes – como massa corporal média, densidade populacional, distribuição geográfica aproximada, idade da maturidade sexual, número de ovos em uma postura, expectativa de vida média, taxas de sobrevivência e duração da geração – para estimar quantos T. rex poderiam ter vivido lado a lado. O modelo revelou que cada geração de T. rex provavelmente consistia em cerca de 20.000 indivíduos e que havia cerca de 125.000 gerações nos 2,5 milhões de anos em que existiram – o que significa 2,5 bilhões de T. rexes no total.

Mas Griebeler discordou de alguns dos dados imputados a este modelo. Ela acreditava que a equipe de Marshall superestimou as taxas de sobrevivência e a capacidade de postura de ovos do T. rex  bem como o número de gerações que existiam durante esse período, o que distorceu os resultados.

Uma pesquisa de Griebeler publicada logo após o estudo original descobriu que esses valores eram provavelmente mais semelhantes aos observados em pássaros e répteis modernos. Quando esses valores foram imputados em um modelo atualizado, revelou que havia 19.000 indivíduos em cada geração de T. rex e que havia apenas cerca de 90.000 gerações, significando que o número máximo de T. rex existente era de 1,7 bilhão.

Os pesquisadores superestimaram as taxas de sobrevivência do T. rex. (Créditos: Roger Harris/SPL)

O estudo original foi o primeiro a estimar quantos T. rex viveram na Terra e “foi impulsionado em parte por pura curiosidade”, disse Marshall. Era como se perguntar “quantas estrelas existem no céu”, acrescentou. Como resultado, a equipe ficou feliz por ter chegado a uma estimativa decente. Mas os pesquisadores estão satisfeitos por ter sido atualizado para uma estimativa “mais realista”, disse Marshall.

Independentemente do número exato, ambos os estudos levantam uma questão interessante: onde estão todos os ossos do T. rex? Se as previsões de Griebeler estiverem corretas, isso significa que encontramos apenas os restos de 0,0000002% desses dinossauros gigantes. Esta é uma questão importante que requer mais pesquisas, disseram Griebeler e Marshall.

Nossa compreensão sobre os T. rexes está mudando constantemente. Nos últimos anos, inúmeras descobertas sobre as espécies alteraram o que sabemos sobre os dinossauros-reis extintos há muito tempo.

Em novembro de 2022, um grupo de pesquisa previu que o maior T. rex que já andou na Terra seria 70% maior do que o maior fóssil de T. rex conhecido chamado “Scotty”. E em abril de 2021, outro grupo revelou que a velocidade máxima da espécie provavelmente seria de cerca de 5 km/h, que é aproximadamente a mesma velocidade de um humano andando. E outras descobertas sugeriram que os dinossauros gigantes também mantinham o corpo aquecido como as aves modernas e escondiam seus dentes atrás de um par de lábios finos.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.