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6 mitos sobre máscaras que as pessoas realmente precisam parar de compartilhar

Por Gabby Landsverk
Publicado no Bussiness Insider

Nos últimos meses, as máscaras se tornaram um tópico altamente polarizador. Apesar dos intensos debates online e dos conflitos, às vezes, violentos, que surgem em público sobre a obrigação do uso de máscaras, a ciência por trás do uso de máscaras não é controversa.

Existem muitas evidências que sustentam o uso de máscara para proteger você e outras pessoas e ajudar a retardar a disseminação do coronavírus.

Aqui estão alguns dos mitos mais comuns usados ​​para argumentar contra o uso de máscaras e porquê eles estão errados.

Usar máscara não vai piorar a infecção por coronavírus

Mito:  se eu tiver o vírus e usar uma máscara significa que estarei novamente me expondo às partículas virais que exalo, deixando-me mais doente.

Fato:  Essa afirmação foi divulgada no documentário pseudocientífico Plandemic, que foi totalmente desmascarado pelos cientistas.

Você não pode se reinfectar se já tiver o vírus, e é impossível que ele de alguma forma seja “reativado” em seu corpo, segundo pesquisas.

“Não há ciência por trás disso e é algo totalmente falso”, disse anteriormente ao Business Insider a microbiologista Dra. Miryam Wahrman, autora de The Hand Book: Surviving in a Germ-filled World.

Mais e mais evidências sugerem que, uma vez que seu corpo produz uma resposta imunológica a COVID-19, ele fica protegido – por algum tempo – da reinfecção.

Máscaras não reduzem seus níveis de oxigênio

Mito:  não consigo respirar com uma máscara. Pode ser perigoso usar um porque pode limitar meus níveis de oxigênio.

Fato: as máscaras têm se mostrado consistentemente seguras, razão pela qual já eram muito usadas pela equipe médica mesmo antes da pandemia. O boato comum de que eles reduzem o nível de saturação de oxigênio do sangue já foi desmascarado por vários médicos.

Além disso, apesar das alegações de que uma máscara pode agravar condições de saúde como a asma, os médicos afirmam repetidamente que não há nenhuma razão legítima para uma isenção médica do uso de máscara. Estratégias como ajustar a máscara corretamente e escolher o tipo certo de máscara podem ajudar.

Você pode até malhar com uma máscara até ela ficar saturada de suor, uma condição em que ela se torna menos eficaz.

Certos tipos de respiradores selados de qualidade industrial podem afetar os níveis de entrada de oxigênio, especialmente quando usados ​​por um período prolongado de tempo, mas os tipos mais comuns de máscaras protetoras, como máscaras cirúrgicas e máscaras de pano, não interferem nos níveis de oxigênio.

Você deve usar uma máscara mesmo se não tiver sintomas

Mito:  se eu me sentir bem e não tiver tosse ou febre, não preciso usar máscara.

Fato:  até 40 por cento das pessoas infectadas com o coronavírus não apresentam nenhum sintoma. Esses portadores assintomáticos do vírus ainda podem espalhá-lo para outras pessoas, mesmo sem saber que estão doentes.

Mesmo as pessoas que apresentam sinais da doença podem ser contagiosas antes do aparecimento dos sintomas, mostram as pesquisas.

Isso pode ser particularmente crucial para as crianças e adolescentes, pois as escolas estão fazendo de tudo para reabrir neste segundo semestre, uma vez que há evidências de que as crianças têm maior probabilidade de espalhar o vírus sem sintomas do que os adultos.

Isso torna especialmente importante adotar políticas consistentes e abrangentes sobre o uso de máscaras para ajudar a retardar a disseminação do vírus conforme as pessoas vão voltando à vida pública.

Máscaras protegem as pessoas ao seu redor

Mito:  apenas pessoas que têm medo de ficar doentes devem usar máscaras. Se eu for saudável ou corajoso, não preciso.

Fato:  O principal benefício de usar uma máscara é evitar que as pessoas ao seu redor fiquem doentes, e é por isso que é tão importante que todos façam isso, de acordo com pesquisas.

As máscaras funcionam bloqueando partículas respiratórias potencialmente contagiosas de voar para o ar ao redor (e para outras pessoas) toda vez que você tossir, espirrar, respirar ou falar. Elas também podem impedir que você respire algumas partículas expelidas por outras pessoas.

Mensagens inconsistentes sobre máscaras advindas de oficiais de saúde no início da pandemia podem ter contribuído para esse mito, levando algumas pessoas a acreditar que pessoas saudáveis ​​não precisam de máscaras.

Mas, com base nas pesquisas mais recentes, o cenário mais eficaz para reduzir a infecção por coronavírus é quando todos se envolvam em usar máscaras.

Em um estudo recente do CDC, as máscaras ajudaram a impedir um surto em um salão de cabeleireiro no Missouri, nos EUA. Apesar de dois funcionários serem portadores assintomáticos do vírus, nenhum dos 139 clientes adoeceu, já que clientes e estilistas usavam máscaras.

As polainas do pescoço não aumentam o risco de infecção viral

Mito: uma pesquisa descobriu que polainas de pescoço, as máscaras de lã que os motoqueiros costumam usar, são piores para o risco de coronavírus do que nenhuma máscara.

Fato:  Um  estudo feito por pesquisadores da Universidade Duke circulou pela Internet este mês, supostamente descobrindo que as pessoas que usam polainas no pescoço estariam mais seguras sem máscara.

Mas esses resultados foram enquadrados fora do contexto. O estudo não estava analisando a eficácia das máscaras. Na verdade, os pesquisadores estavam estudando como medir a eficácia de uma máscara.

Essa é uma distinção fundamental, pois, como os próprios pesquisadores observam, os resultados não pretendiam ser abrangentes, mas apenas demonstrar que a metodologia poderia funcionar para estudos sobre máscaras em larga escala para ajudar a comparar a eficácia de cada uma delas.

É verdade que algumas máscaras podem ser mais eficazes do que outras, mas mais pesquisas são necessárias para entender como as polainas do pescoço se enquadra em termos de eficácia.

A ciência deixa claro que usar uma máscara pode ajudar a reduzir a propagação do vírus

Mito:  Usar uma máscara é uma questão de política, de liberdade ou apenas um “sinal de virtude” e não faz diferença prática se as pessoas adoecem ou não.

Fato:  as pesquisas científicas não são ambíguas. As máscaras atuam para reduzir a disseminação de partículas virais infecciosas, evitando, assim, casos adicionais dos infectados pelo vírus. Uma pesquisa recente do Reino Unido  descobriu que fazer com que toda a população usasse máscaras poderia ser suficiente para retardar o vírus sem recorrer a lockdowns.

Quanto mais pessoas usam máscaras, mais eficazmente a comunidade pode controlar a doença.

Autoridades de saúde nos Estados Unidos, que  lutam para conter o coronavírus, estão pedindo ao público para que usem máscaras depois que modelos científicos sugeriram que isso poderia salvar milhares de vidas.

As máscaras não substituem outras precauções como distanciamento social e lavagem das mãos

Mito:  Se eu usar uma máscara, posso estar perto de outras pessoas ou em grandes grupos sem me preocupar.

Fato:  embora a pesquisa deixe claro que as máscaras funcionam, as máscaras sozinhas não são suficientes. Os especialistas em saúde continuam a recomendar outras precauções para retardar a propagação do vírus, como lavar as mãos com frequência e manter uma distância de pelo menos 2 metros de outras pessoas, sempre que possível.

A pesquisa mostrou que essas medidas preventivas, quando combinadas, podem reduzir significativamente a taxa de transmissão e salvar vidas.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.