Publicado na National Academy of Sciences
É ambos! Mas a pergunta requer que olhemos mais profundamente nos significados das palavras “teoria” e “fato”.
No conceito popular, “teoria” frequentemente se refere a um palpite ou especulação. Quando uma pessoa diz “Eu tenho uma teoria sobre o porquê disso ter acontecido”, elas geralmente estão desenhando uma conclusão baseada em evidências inconclusivas ou fragmentadas.
O conceito formal e científico de teoria é bem diferente do significado popular. Ele se refere a uma explicação compreensiva de algum aspecto da natureza que é apoiado por um vasto corpo de evidências.
Muitas teorias científicas são tão bem-estabelecidas que é provável que nenhuma nova evidências venha a surgir para alterá-las substancialmente. Por exemplo, nenhuma nova evidências demonstrará que a Terra não orbita o Sol (teoria heliocêntrica) ou que seres vivos não são feitos de células (teoria celular), que a matéria não é composta por átomos ou que a superfície da Terra não é dividida de placas sólidas que se moveram ao longo das escalas de tempo geológicas (teoria das placas tectônicas). Assim como essas teorias científicas, a da evolução tem o suporte de tantas observações e tantos experimentos de confirmação que os cientistas podem ter a confiabilidade de que os componentes básicos da teoria não serão refutados por novas evidências.
No entanto, como todas as teorias científicas, a teoria da evolução é sujeita ao refinamento à medida em que novas áreas da ciência emergem ou que surjam novas tecnologias que permitam observações e experimentos antes impossíveis.
Uma das propriedades mais usadas das teorias científicas é que elas podem servir para fazer predições sobre eventos naturais ou fenômenos que não tinham sido, até então, observados. Por exemplo, a Teoria da Gravitação Universal previu o comportamento dos objetos na Lua e em outros planetas antes mesmo dos astronautas e das espaçonaves terem o confirmado. Os biólogos evolutivos que descobriram o Tiktaalik previram que eles iriam achar fósseis intermediários entre feixes e animais terrestres em sedimentos com idade de 375 milhões de anos. A sua descoberta confirmou o que eles haviam predito com base na teoria evolutiva. Ainda, a confirmação de uma predição aumenta a confiança em uma teoria.
Em ciência, “fato” tipicamente se refere a uma observação, medição ou outra forma de evidência que pode se repetir da mesma forma sob circunstâncias diferentes. Entretanto, cientistas também usam o termo para se referir a uma explanação científica que foi tão testada e confirmada que, muitas vezes, não há, de longe, nenhuma razão convincente para continuá-la testando ou olhando por exemplos adicionais. Sobre esse respeito, o passado e a ocorrência contínua da evolução é um fato científico. Por conta da força das evidências que a suportam, os cientistas nem sequer questionam se a evolução acontece ou continua acontecendo. Ao invés disso, eles investigam os mecanismos da evolução, o quão rápido ela pode se manifestar e questões relacionadas.