Por Manoel Felipe Martins Marques
https://www.youtube.com/watch?v=6KRtRkb5SIY
Em 1306, surgiram os primeiros registros de acrobatas chineses que saltavam de muralhas e de torres com um item semelhante a um enorme guarda-chuva. Sua função era amortecer a queda e a chegada ao solo. Tem aí o início da história do paraquedismo. Mas, a teoria foi se formalizar no século 15, quando Leonardo DaVinci deu início aos estudos baseados no voo dos pássaros.
O primeiro paraquedista do mundo surgiu em 1797. Seu nome era Andre-Jacques Garnerin. Ele realizou diversos saltos, inclusive a quebra de recorde, quando saltou a 8 mil pés, em Londres. Ao longo dos anos, foram vários os episódios sobre este segmento por todo o mundo, mas só em 1931 o paraquedismo começa no Brasil, com Charles Astor, no Aeroclube de São Paulo. Ele atuou sozinho, formando alunos e sendo o maior incentivador do esporte no Brasil. Desde o seu surgimento, até os dias de hoje, o paraquedismo é rodeado por polêmicas. Contudo, uma coisa é certa, os equipamentos se modernizaram e as tecnologias envolvidas no salto garantem total segurança aos aventureiros de plantão.
A convite da Sky Company, a equipe da Universo Racionalista, foi até ao Centro Nacional de Paraquedismo (CNP), na cidade de Boituva, no interior do Estado de São Paulo, para conhecer como funciona a teoria de voo do paraquedas e toda a física envolvida nesta ação radical.
Para essa missão, os enviados especiais foi o fotógrafo e cinegrafista, Régis Júnior, o piloto de helicóptero, comandante Marcelo Calado, e o assessor de impressa Manoel Felipe. Para sentir a adrenalina do paraquedismo, Régis Júnior recebeu as orientações do instrutor da Sky Company, Suriam Mota, que mostrou as partes integrantes do contêiner, aquela “mochila” onde fica o paraquedas. Ele ainda explicou sobre a importante função do Dispositivo de Acionamento Automático (DAA), aparelho digital que consegue abrir o paraquedas automaticamente, caso ele não seja acionado pelo paraquedista. O profissional também falou sobre o “macaquinho”, um equipamento usado para o salto duplo e que prende o instrutor ao corajoso que vai saltar com ele e, ainda, orientou nosso fotógrafo sobre as posições do corpo durante os quase 60 segundos de queda livre, calculados numa velocidade de até 200 quilômetros por hora.
Quem levou o Régis para uma altura de 12.000 pés, equivalente a 3.657,6 metros de altura, foi o instrutor Ronald da Silva – Roni, e o cinegrafista Willian Aguilar, que registrou toda a aventura.
A Sky Company está no mercado há 17 anos e conta com uma equipe de profissionais habilitados e com equipamentos para paraquedismo de última geração. A empresa proporciona total segurança para a realização do salto duplo, bem como para a instrução de alunos e formação de novos adeptos ao esporte.
Quem tirou todas as dúvidas da nossa equipe sobre a técnicas e curiosidades que envolve o paraquedismo foi o maior recordista brasileiro sulamericano no segmento, Marcello Costa, que acumula experiência de mais de 20 anos de paraquedismo. Os 12 mil saltos registrados edificam o currículo do atleta, que é responsável pela Sky Company.
Agente de segurança de voo ainda em atividade, Costa sempre participa de treinamentos, recordes e eventos no Brasil e no exterior. Entre os destaques, o recorde batido em 2011, na Flórida, na formação “Voo da Fênix”, que contou com a participação de 192 paraquedistas.
Com toda a experiência acumulada, Marcello explicou para a U.R. quais as etapas de preparação dos saltos, a separação dos esportistas na hora de saltar e várias outras curiosidades. Ele nos explicou ainda que, no momento do salto, o avião está numa velocidade de aproximadamente 160 quilômetros por hora, proporcionando um vento relativo ao seu deslocamento, o que sustenta nosso corpo em queda livre, e mantendo nossa massa na mesma velocidade do avião – ação física que faz com que na hora de saltar não sentimos aquela sensação do “estomago saindo pela boca”, como acontece na montanha russa, por exemplo.
Marcello detalhou as partes integrantes do paraquedas, composta pelo contêiner, que nada mais é do que aquela mochila que guarda o paraquedas todo dobrado, o velame e o velame reserva, que são formados por células de náilon, que inflam para dar o formato de uma asa, e o dispositivo de acionamento automático, um equipamento eletrônico que contribui para a segurança do paraquedista.
Sobre os comandos de paraquedas, que são aerodinâmicos, Costa falou dos batoques, as alças que são ligadas ao velame e quando puxadas para um determinado lado, formam um arrasto aerodinâmico, o que faz seguir a direção escolhida pelo paraquedista.
Confira todas estas e outras curiosidades no vídeo.