Publicado na Investigación y Desarrollo
Em julho de 2015, o paleontólogo Alan Titus descobriu um extraordinário esqueleto fossilizado de dinossauro na Formação Kaiparowits, no Monumento Nacional GrandStaircase-Escalante em Utah, Estados Unidos, cuja idade estimada é de 76 milhões de anos. De acordo com um comunicado recente da Universidade de Utah, é muito provável que seja um indivíduo da espécie Teratophoneus curriei, um dos tiranossauros ferozes que se deslocou pelo oeste da América do Norte entre 66 e 90 milhões de anos, durante o período Cretáceo Superior. O fóssil incluía um crânio quase completo.
“Com pelo menos 75% de seus ossos preservados, muitos em sua posição original, esse é o esqueleto mais completo de um tiranossauro já descoberto no sudoeste dos Estados Unidos”, disse Randall Irmis, conservador de paleontologia do Museu de História Natural de Utah – onde os ossos estão atualmente guardados – e professor associado do Departamento de Geologia e Geofísica da universidade norte-americana.
Pensa-se que esse fóssil meridional de tiranossauro seja de um indivíduo sub-adulto, de 12 a 15 anos, de 5 a 7 metros de comprimento e com uma cabeça relativamente curta, em oposição à aparência tipicamente mais longa dos tiranossauros do norte. Os cientistas levam a hipótese de que esse tiranossauro teria sido enterrado por um canal fluvial ou, até mesmo, um evento de inundação na planície, mantendo dessa forma o esqueleto intacto.
Irmis garante que essa nova descoberta é extremamente significativa e que, se for uma nova espécie ou um indivíduo de Teratophoneus, a nova pesquisa proporcionará um contexto importante sobre a vida desse animal. “Vamos ver o tamanho desse novo fóssil, seu padrão de crescimento, a biologia, reconstruir os músculos para ver como o animal se movia, o quão rápido poderia correr e como se alimentava com suas mandíbulas. As possibilidades são infinitas e emocionantes”, disse Irmis.
No mesmo lugar de descanso do esqueleto desse enorme animal, eles encontraram o que pode ser as batatas mais antigas, de acordo com uma pesquisa publicada, em julho, na PNAS. Os tubérculos descobertos datam há 10.900 anos. Segundo os cientistas, essa batata poderia ser uma fonte potencial de alimento para o futuro. Especialmente, trata-se de grânulos de amido da planta Solanum jamesii, que produz pequenas batatas silvestres e parece ser o primeiro exemplo de uma planta de batata domesticada encontrada na América do Norte, dando aos historiadores uma nova visão das dietas e dos métodos de cozinhamento usados pelos antigos colonos. Não é só isso. Além das descobertas mencionadas, isso poderia nos ajudar a modificar as batatas para torná-las mais resistentes à seca e às pragas.