Por Bob Yirka
Publicado na Phys.org
Uma equipe internacional de pesquisadores afirma que os esforços para tornar os sistemas de irrigação mais eficientes estão, na verdade, levando a um maior uso da água. Em seu artigo publicado na revista Science, o grupo explica a base de seu argumento e oferece sugestões para melhores formas de gerenciar o uso da água.
Nos últimos anos, ficou claro que o mundo está caminhando para uma crise hídrica – não parece haver água fresca suficiente para atender à demanda vindoura. Além disso, reservatórios naturais de água subterrânea e acima do solo estão sendo exauridos, sem alternativas claras à vista.
Os pesquisadores observam que a maior demanda de água vem da irrigação – e muitas dessas plantações são cultivadas em locais que não recebem chuva suficiente para o crescimento adequado. Isso levou à irrigação generalizada. Mas a irrigação em lugares como o Vale Central da Califórnia não é sustentável em seu ritmo atual – o nível de água subterrânea vem diminuindo há décadas.
Governos de todo o mundo financiaram pesquisas destinadas a encontrar maneiras de usar a água de forma mais eficiente, o que inclui tecnologias como sistemas de gotejamento, que oferecem às plantas a menor quantidade de água possível para mantê-las em crescimento.
Com o estudo da eficiência de tais sistemas descobriu-se que, em vez de usar menos água, eles usam mais. Os pesquisadores explicam que isso ocorre porque, nos sistemas de irrigação normais, como campos de pulverização, o excesso de água retorna aos corpos de água subterrâneos ou superficiais. Enquanto que com o uso desses novos métodos ditos eficientes, menos água é capaz de reentrar em sistemas naturais, resultando em perda efetiva.
Os pesquisadores sugerem que tais esforços sejam interrompidos e observam que sistemas abrangentes de medição de água precisam ser usados para dar aos formuladores de políticas uma ferramenta para medir os verdadeiros resultados dos projetos de eficiência de irrigação.
O estudo está disponível aqui.