Pesquisadores do Centro Nacional da China de Nanociência e Tecnologia e da Universidade de Renmin usaram microscopia de força atômica (AFM) para criar uma imagem das fracas ligações de hidrogênio presentes em uma molécula. Em um estudo publicado na revista Science, a equipe descreve como usou a AFM para capturar uma imagem das fracas ligações de hidrogênio em uma molécula de 8-hidroxiquinolina (8hq).
Até recentemente, as imagens mais precisas das moléculas eram obtidas utilizando a microscopia de tunelamento, os avanços recentes com a AFM , (particularmente a adição de uma molécula de monóxido de carbono para a ponta da sonda ), tornou o principal método de escolha para obter imagens de moléculas e das ligações que as unem. Neste novo trabalho , a equipe de pesquisa fez avançar a ciência da AFM , capturando uma imagem das fracas ligações de hidrogênio presentes em uma molécula 8hq. Entender como as ligações de hidrogênio funcionam é uma parte bastante importante da ciência — elas são responsáveis, por exemplo, por unir fitas de DNA.
Atualmente, existem duas maneiras de capturar imagens usando a AFM: captura de contato e de não-contato. Com a imagem de contato, a ponta da sonda mecânica é construída para tocar a superfície do material a ser analisado. A quantidade da deflexão da ponta da sonda, quando arrastada, é usada para criar uma imagem. Na de não-contato, a ponta é trazida para perto da superfície, mas não a toca. Uma imagem é criada através da medição de alterações na ponta oscilante da sonda a partir de fracas energias que são transmitidas da fonte.
A equipe da China usou a forma de não-contato e escolheu a 8hq como modelo de teste, pois trata-se de uma molécula relativamente plana. A imagem resultante é a primeira criada usando a AFM para mostrar ligações de hidrogênio fracas, e é importante porque ainda há discussões sobre a natureza das ligações de hidrogênio. Por muitos anos, foi considerada ser meramente uma interação eletrostática. As novas evidências lançaram dúvidas sobre essa ideia, sugerindo que poderia ser pelo menos, parcialmente química. A nova imagem não esclarece o debate, mas oferece algumas possibilidades interessantes para o futuro, uma vez que demonstra que a AFM se aperfeiçoa, e irá oferecer mais e mais evidências da verdadeira natureza das moléculas e como elas interagem.
Estudo Publicado na Science: Real-Space Identification of Intermolecular Bonding with Atomic Force Microscopy.
[Phys.org]