Por Sid Perkins
Publicado na Science
Pesquisadores identificaram o que chamam de “última área de gelo”, um trecho de 2000 quilômetros de oceano a noroeste da Groenlândia, onde o gelo marinho do Ártico pode sobreviver por mais algumas décadas.
Conforme relatado na Geophysical Research Letters e descrito acima, a cobertura de gelo marinho no Oceano Ártico diminuiu, em média, mais de um terço de 1984 a 2018. Apenas em duas porções da última área de gelo – uma área logo ao norte da Groenlândia e outra faixa centralizada a mais de 1300 quilômetros a oeste ao longo das ilhas mais ao norte do Canadá – a cobertura quase total de gelo marinho persiste de ano para ano, dizem os pesquisadores.
Ao contrário do resto do Oceano Ártico, a espessura de gelo nessas duas regiões varia até um máximo de 4 metros ou mais. Contudo, a nova análise da equipe também revela que a perda de gelo está ocorrendo com o dobro da taxa em outro lugar no Oceano Ártico. Essas duas áreas de gelo marinho persistente (por enquanto) podem ser os reinos finais do norte, onde a vida selvagem em grande parte dependente do gelo marinho para a sobrevivência, como ursos polares, morsas e narvais, pode aguentar um mundo em processo de aquecimento, dizem os cientistas.