A imunidade de rebanho é caracterizada pela imunidade em grande parte da população de uma região. Nesse sentido, a administração passiva de anticorpos monoclonais pode ter um grande impacto no controle da pandemia de SARS-CoV-2, fornecendo proteção imediata, complementando o desenvolvimento de vacinas profiláticas.
Um estudo, publicado na renomada revista Cell, analisou a resposta imunológica de amostras sanguíneas coletadas entre agosto e setembro de 2019, época em que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) ainda não existia. As amostras eram de pessoas e foram divididas em dois grupos: 1) Infectados pelo coronavírus humano (HCoV) e não infectados pelo SARS-CoV-2 e; 2) Não infectados pelo HCoV nem SARS-CoV-2.
Os resultados mostraram que a CD4 reativa à SARS-CoV-2 foi observada em ~ 40-60% dos indivíduos não expostos ao vírus, sugerindo reconhecimento de células T reativas ao “resfriado comum” circulante e SARS-CoV-2.
Portanto, essas evidências recentes apontam imunidade cruzada entre outros coronavírus com o SARS-CoV-2. Desta maneira, levanta-se a hipótese de que pode existir imunidade parcial em uma parte da população.
Referência
- Grifoni, Alba, et al. “Targets of T cell responses to SARS-CoV-2 coronavirus in humans with COVID-19 disease and unexposed individuals.” Cell (2020). https://doi.org/10.1016/j.cell.2020.05.015