Traduzido por Julio Batista
Original de Harry Baker para o Live Science
O (antigo) maior iceberg do mundo continua a se fragmentar em pedaços menores ao se aproximar de um importante paraíso de vida selvagem marinha e lar de milhões de pinguins-macaroni e pinguins-rei na Antártica.
Isso ocorre menos de uma semana depois que o gigantesco iceberg, conhecido como A68a, se dividiu pela primeira vez em dois, como relatou recentemente a Live Science.
Cientistas do Centro Nacional de Gelo dos Estados Unidos (USNIC) descobriram os dois fragmentos mais recentes, A68e e A68f, em 22 de dezembro usando imagens do satélite Sentinel-1A, de acordo com um comunicado da USNIC.
Isso significa que agora existem quatro fragmentos de iceberg separados, incluindo A68d, que eventualmente se afastarão um do outro.
O A68a se tornou o maior iceberg do mundo quando se separou da plataforma de gelo Larsen C da Antártica em julho de 2017, informou a Live Science anteriormente. O enorme pedaço de gelo está à deriva para o norte desde então.
Ainda em abril, media 5.100 quilômetros quadrados, ou pouco menor do que o Distrito Federal brasileiro.
Na outono de 2020, o A-68a mudou sua direção para a Ilha Geórgia do Sul, um refúgio de vida selvagem no Oceano Atlântico Sul que é o lar de milhões de pinguins, focas e outros animais marinhos.
Os especialistas temiam que, se o iceberg ficasse preso nas plataformas subcontinentais rasas da ilha, poderia interferir muito na capacidade dos animais de caçarem para se alimentar.
“A distância real que [os animais] têm que percorrer para encontrar comida (peixes e krill) realmente importa”, disse Geraint Tarling, ecologista da Sociedade Antártica Britânica, em um comunicado.
“Se eles tiverem que fazer um grande desvio, isso significa que não vão voltar para seus filhos a tempo de evitar que morram de fome nesse meio-tempo.”
No entanto, parece que essas plataformas subaquáticas são realmente o que fez com que o iceberg começasse a se partir em pedaços. Antes de se dividir em dois, ele começou a girar no sentido horário, sugerindo que uma extremidade havia ficado presa na plataforma. Acredita-se que a força desse obstáculo esteja por trás dessa divisão e também do fraturamento mais recente.
Laura Gerrish, especialista em mapeamento GIS (sistema de informações geográficas) da Agência Antártica Britânica, estimou as áreas dos novos fragmentos, de acordo com sua postagem no Twitter:
- A-68a: 2.600 km quadrados
- A-68d: 144 km quadrados
- A-68e: 655 km quadrados
- A-68f: 225 km quadrados
Espera-se agora que os fragmentos maiores sejam transportados para o norte da ilha em uma corrente rápida conhecida como Corrente Circumpolar Antárctica da Antártica Meridional.
No entanto, se algum dos fragmentos, ou quaisquer fragmentos novos em potencial, ficarem presos nas plataformas, eles ainda podem ser grandes o suficiente para causar perturbações na vida selvagem local, de acordo com a BBC.
Os pesquisadores agora continuarão a monitorar a situação durante essa temporada de férias.