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Usina de Chernobyl é tomada pela Rússia, levando a temores de disseminação de resíduos radioativos

Por Ben Turner
Publicado na Live Science

Tropas russas tomaram a antiga potência nuclear de Chernobyl após intensos combates perto da zona de exclusão de Chernobyl, de acordo com um assessor do gabinete presidencial ucraniano.

As tropas ucranianas lutaram com as forças russas, que invadiram a região da Bielorrússia e tomaram o controle da agora extinta usina, de acordo com Mykhailo Podolyak, assessor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

O ataque ocorreu como parte de uma invasão russa completa da Ucrânia, a maior em um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial, com as forças russas alegando ter destruído mais de “70 alvos militares” e 11 aeródromos na quinta-feira (24 de fevereiro). O avanço das forças russas teria capturado o Aeroporto Internacional Antonov, nos arredores da capital da Ucrânia, Kiev.

“É impossível dizer que a usina nuclear de Chernobyl está segura após um ataque totalmente sem sentido dos russos”, disse Podolyak, conforme relatado pela Reuters. “Esta é uma das ameaças mais sérias na Europa hoje”.

Como um dos lugares mais radioativos do mundo, grandes partes da zona de exclusão de Chernobyl foram fechadas desde o colapso desastroso da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

Naquele ano, duas explosões gigantescas na usina estouraram a tampa de 1.800 toneladas do reator, cobrindo a área de 2.600 quilômetros quadrados ao redor com precipitação nuclear. A área foi posteriormente considerada inabitável por humanos pelos próximos 24.000 anos.

“As forças de ocupação russas estão tentando tomar a usina nuclear de Chernobyl. Nossos defensores estão dando suas vidas para que a tragédia de 1986 não se repita”, escreveu Zelensky no Twitter. “Esta é uma declaração de guerra contra toda a Europa”.

Um assessor do Ministério do Interior ucraniano também alertou que os combates em torno da usina podem levar à potencial perturbação do lixo nuclear e à disseminação de material radioativo perigoso por toda a Europa.

“A Guarda Nacional, que protege os coletores de lixo radioativo nuclear não-seguro, está tendo grandes dificuldades”, escreveu Anton Gerashchenko, conselheiro e ex-vice-ministro do Ministério de Assuntos Internos da Ucrânia, no Facebook.

“Se, como resultado dos ataques de artilharia dos ocupantes, a instalação de armazenamento de resíduos nucleares for destruída, a poeira radioativa pode cobrir os territórios da Ucrânia, Bielorrússia e países da UE [União Europeia]!”

Cerca de 7.500 soldados russos ficaram estacionados na zona de exclusão entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022; o local fica perto da fronteira norte da Ucrânia com a Bielorrússia, aliada da Rússia, e fica na rota mais direta entre ela e Kiev.

Uma imagem de satélite não militar postada no Twitter na terça-feira (22 de fevereiro) parecia mostrar que uma ponte flutuante havia sido erguida no rio Pripyat, a apenas 22,5 km ao norte da usina de Chernobyl, na fronteira entre a Ucrânia e a Bielorússia, possivelmente para facilitar o transporte de tropas russas para a zona.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.