A Parker Solar Probe da NASA voou através de uma enorme erupção solar e capturou tudo na câmera. É a primeira filmagem de perto já capturada de uma explosão solar como esta.
O vídeo, divulgado por cientistas do Laboratório de Física Aplicada da Johns Hopkins, apresenta uma ejeção de massa coronal (CME) especialmente poderosa que ocorreu no ano passado.
CMEs são grandes explosões de plasma superaquecido que irrompem da atmosfera do Sol. Elas consistem em partículas carregadas que podem desencadear apagões de rádio e causar outros danos se atingirem a Terra.
A NASA disse que a CME que atingiu a Sonda Solar Parker foi “uma das ejeções de massa coronal mais poderosas já registradas”.
Para a sorte dos cientistas que atualmente estudam o Sol, a Parker Solar Probe da NASA voou através da CME e sobreviveu, capturando o evento na câmera. (A erupção começa por volta da marca de 14 segundos no clipe abaixo.)
De acordo com o Laboratório de Física Aplicada da Johns Hopkins, as CMEs podem disparar campos magnéticos, às vezes expelindo bilhões de toneladas de plasma a uma velocidade de 60 a 1.900 milhas ( de 96 a 3057 km por segundo).
Quanto ao de setembro passado, Parker “registrou partículas acelerando até 840 milhas (1351 km) por segundo”, de acordo com a Johns Hopkins. Os dados podem ajudar os físicos a compreender o que impulsiona as CMEs e como elas enviam partículas a velocidades tão elevadas.
A missão da Parker Solar Probe de tocar o Sol
A Parker Solar Probe foi projetada especificamente para estudar o Sol. Não é apenas a nave espacial mais rápida da história, mas também a que pode chegar mais perto do Sol, num raio de 6,4 milhões de quilômetros da sua superfície, e sobreviver à viagem, segundo a NASA.
“Sabíamos desde o início que a Parker Solar Probe voaria através das CMEs”, disse Jim Kinnison, engenheiro de sistemas da missão Parker Solar da APL, em comunicado da Johns Hopkins. Portanto, a NASA projetou a sonda para suportar as temperaturas escaldantes perto do Sol.
A espaçonave é equipada com um escudo térmico personalizado, bem como um sistema autônomo que protege o dispositivo das emissões de luz do Sol, segundo a NASA.
Quando Parker detectou pela primeira vez a CME, ela estava a cerca de 9,3 milhões de quilômetros da superfície do Sol.
Mais tarde, a sonda viajou na esteira da onda de choque da CME. A sonda Parker passou quase dois dias estudando esta CME e saiu ilesa, de acordo com a Johns Hopkins.
O papel da poeira espacial nas CMEs
Durante a mesma CME, os investigadores da NASA também analisaram a forma como a tempestade afetou a poeira interplanetária – partículas flutuando no espaço. Eles esperam que aprender mais sobre essas interações os ajude a prever melhor o clima espacial no futuro.
“A poeira interplanetária afeta a forma de uma CME? Afeta sua velocidade? Estamos apenas começando a entender que isso afeta”, disse Russ Howard, físico da APL, em um comunicado.
Parker já deu aos cientistas uma visão de outros fenômenos solares, incluindo um vislumbre da fonte do “vento solar”.
Este artigo foi publicado originalmente pela Business Insider
Adaptado de ScienceAlert