Depois de meses enviando dados inutilizáveis para o controle da missão, finalmente há esperança para a espaçonave Voyager 1. Os engenheiros da NASA identificaram a causa da estranha anomalia da missão e pensam que podem ajudar a sonda interestelar a fazer sentido novamente.
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Engenheiros do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA acreditam que a espaçonave Voyager 1 tem enviado dados absurdos devido ao hardware de memória corrompido no sistema de dados de voo (FDS) da espaçonave. “A equipe suspeita que um único chip responsável por armazenar parte da parte afetada da memória FDS não esteja funcionando”, escreveu a NASA em uma atualização.
O FDS coleta dados dos instrumentos científicos da Voyager, bem como dados de engenharia sobre a saúde da espaçonave, e os combina em um único pacote que é transmitido à Terra através de um dos subsistemas da sonda, a unidade de modulação de telemetria (TMU), em código binário.
FDS e TMU têm tido problemas de comunicação entre si. Como resultado, a TMU tem enviado dados para o controle da missão num padrão repetitivo de uns e zeros. Os engenheiros da NASA não têm certeza do que corrompeu o hardware de memória do FDS; eles acham que o chip foi atingido por uma partícula energética vinda do espaço ou que está desgastado depois de operar por 46 anos.
A Voyager 1 foi lançada em 1977, menos de um mês depois de a sua sonda gêmea, a Voyager 2, ter iniciado a sua própria viagem ao espaço. A sonda aventurou-se no espaço interestelar em agosto de 2012, tornando-se a primeira nave espacial a deixar a heliosfera.
O problema começou em maio de 2022, quando a sonda repentinamente começou a enviar dados absurdos de articulação e controle de atitude (AACS). Os engenheiros resolveram o problema enviando os dados de telemetria através de um dos outros computadores da espaçonave. Em dezembro de 2023, a Voyager 1 começou a falar coisas sem sentido novamente.
No dia 1 de março, a equipe enviou um “cutucão” ao sistema de dados da nave espacial, um comando que solicita gentilmente ao FDS que experimente diferentes sequências no seu pacote de software, num esforço para localizar a seção corrompida. Dois dias depois, a Voyager 1 enviou um sinal que continha uma leitura de toda a memória FDS, o que ajudou a equipe a identificar a origem da falha, comparando esta leitura de memória com uma anterior para procurar discrepâncias no código.
“Usando a leitura, a equipe confirmou que cerca de 3% da memória do FDS foi corrompida, impedindo o computador de realizar operações normais”, escreveu a NASA em sua atualização.
Os engenheiros esperam resolver o problema encontrando uma forma de o FDS funcionar normalmente sem o hardware de memória corrompido, permitindo à Voyager 1 começar a transmitir dados sobre o cosmos e continuar a sua viagem através do espaço profundo.
Traduzido de Gizmodo
