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A acupuntura para dor lombar não é mais recomendada para pacientes no Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido

Por Nicola Davis
Publicado no The Guardian

A acupuntura não é recomendada como um tratamento para a dor lombar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) do Reino Unido, de acordo com um novo guia de orientação divulgado hoje pela National Institute for Health and Care Excellence (NICE).

A mudança de postura vem após uma revisão dos estudos científicos que demonstram que a prática não é melhor do que um placebo no tratamento de pessoas que vivem com dor ciática e lombar.

O guia de orientação relata que há um grande número de estudos científicos que analisam a eficácia da acupuntura e que “ainda não é convincente e consistente a evidência de um efeito específico do tratamento com a acupuntura”.

A dor lombar afeta uma em cada 10 pessoas, enquanto que o seu custo para a economia do Reino Unido está estimado em torno de £ 12 milhões por ano em perda de produtividade.

O guia da SNS de 2009 recomenda para o tratamento da dor lombar que os profissionais de saúde “considerem oferecer um curso de acupuntura compreendendo um prazo máximo de até 10 sessões ao longo de um período de até 12 semanas”.

Mas com o novo guia de orientação, agora cobrindo a ciática e a dor lombar, contém uma inequívoca afirmação: “Não ofereçam a acupuntura para controlar uma não específica dor lombar com ou sem ciática”.

O professor Mark Maker, diretor de prática clínica do NICE, disse: “Infelizmente, há uma falta de evidência da eficácia para alguns tratamentos amplamente utilizados de forma convincente. Por exemplo, a acupuntura não é mais recomendável para controlar a dor lombar com ou sem ciática. Isso ocorre porque não há evidências suficientes para mostrar que ela é mais eficaz do que um tratamento simulado”.

Edzard Ernst, professor emérito de medicina complementar na Peninsula School of Medicine da Universidade de Exeter, congratulou-se com as novas orientações. “As orientações anteriores da NICE para a dor lombar estavam seriamente em desacordo com a evidência confiável. O que é pior, uma vez que esses métodos foram usados por terapeutas alternativos para justificar a prática não comprovada”, disse Ernst. “É bom ver agora que a NICE está se apoiando em evidência. Tanto a manipulação da coluna vertebral como a acupuntura não são suportadas pela boa ciência quando se trata de tratamento para a dor lombar”.

Depois de examinar um grande número de estudos, incluindo 30 ensaios controlados e randomizados que analisaram o uso de acupuntura, sem qualquer outro tratamento, os autores do guia de orientação concluíram que, embora a acupuntura possa parecer eficaz, a evidência geral demonstrou que ela não é melhor do que um placebo. “Embora a comparação da acupuntura com os cuidados habituais demonstrem melhorias na dor, função e qualidade de vida a curto prazo, a comparação com a acupuntura simulada não mostrou nenhum efeito clinicamente consistente e importante”.

Eles também enfatizam o uso de exercícios adaptados para o tratamento da dor ciática e lombar, acrescentando que as massagens e terapias psicológicas só devem ser usadas juntamente com o exercício.

O guia de orientação também revela que o paracetamol não é recomendado como “a primeira opção médica” e não deve ser usado por conta própria. Em vez disso, eles aconselham que os não-corticoides anti-inflamatórios, tais como a aspirina e o ibuprofeno devem ser considerados. A codeína e outros opiódes fracos só são recomendados em casos agudos e apenas se os outros anti-inflamatórios não puderem ser tomados ou se eles não forem encontrados para ajudar. As eletroterapias – por exemplo, o ultrassom – ainda permanecem na lista de procedimentos a serem evitados.

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Divulgador Científico há mais de 10 anos. Fundador do Universo Racionalista. Consultor em Segurança da Informação e Penetration Tester. Pós-Graduado em Computação Forense, Cybersecurity, Ethical Hacking e Full Stack Java Developer. Endereço do LinkedIn e do meu site pessoal.