A busca pela verdade ou, por um conhecimento mais polido da realidade, como preferir, deve ser aberta a questionamentos e inclusive ao ceticismo rigoroso. O ceticismo deve servir para autocritica, inclusive. Ademais, não nos convém como intelectuais buscarmos a verdade se apresentamos uma postura fechada em arrogância defendendo nossas crenças da verdade como se fossem dogmas. Se assim o fizermos, estaremos cometendo os mesmos erros que tendemos a criticar.
Também é necessário termos a percepção que há conhecimentos tácitos, como os da física que são objetivos e quantificáveis, e podemos defender em certo grau, diga-se de passagem, elevado. Nestes casos podemos ter a convicção de defendê-los. No livro Introdução à Sociologia de Maura Verás (2014, p. 227) temos acesso a concepção de Max Weber, um dos mais influentes pensadores das ciências sociais, que afirma que: “A ética do cientista é, a ética da convicção absoluta, do tudo ou nada, da ação racional voltada a valores”. Entretanto, devemos constantemente estar abertos à crítica bem fundamentada em evidências. E como nos lembra o astrônomo e divulgador científico Carl Sagan, apresente uma evidência que a ciência está errada e o cientista irá abandonar sua crença errônea da verdade e vai voltar a estudar sobre o tema, tornando assim a ciência uma metodologia de autocorreção e mais, um modo de pensar.
É comum nos dias atuais, haver uma ala das ciências humanas que quer relativizar tudo. Devemos manter o ceticismo para com esta ala, pois, há conhecimentos objetivos que em hipótese alguma devem ser relativizados e subjetivizados, as ciências exatas nos apresentam afirmações fechadas, não devemos abrir espaço para relativismos.
Neste aspecto, nós podemos tomar a teoria da gravidade por exemplo, você pode querer relativizá-la ao máximo para pode agradar suas perspectivas de mundo. Mas, a gravidade (sua teoria) é objetiva, se você estiver em qualquer lugar da superfície terrestre, a aceleração média de quaisquer corpo em sentido ao centro de massa do planeta é de 9.8m/s², aproximadamente. Isso é objetivo, sem relativismos. Mas, se você acredita que isso é incoerente, através de evidências você pode contestar, desde que as evidências sejam verificáveis. E, os cientistas devem estar abertos à investigação de contestações, conforme versado no segundo parágrafo.
A busca pela verdade está sob uma linha tênue entre afirmações objetivas e ceticismo apurado. Neste aspecto, podemos perceber que os conhecimentos que provém da ciência, ainda que incompletos, evoluem de maneira gradual e progressiva. Ou seja, o nosso fundo de verdade em ciência nunca vai começar necessariamente do zero.
Há muito mais profundidade nos campos da filosofia da ciência e sociologia da ciência que podem e devem ser aprofundados com mais clareza e objetividade. Espero poder fazer isso mais aprofundadamente mais a frente e registrar estas pesquisas. Entretanto, esta é a reflexão que quis compartilhar por hora.
Referência
- VÉRAS, Maura P. B. Introdução à Sociologia. São Paulo: Paulus, 2014,