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A sonda Hope capturou imagens gloriosas de auroras alienígenas em Marte

Por Michelle Starr
Publicado na ScienceAlert

Acabamos de obter nossas melhores imagens da estranha aurora alienígena em Marte.

A sonda Hope dos Emirados Árabes Unidos, que chegou ao planeta vermelho no início deste ano, usou seu espectrômetro ultravioleta para capturar estruturas brilhantes de oxigênio atômico brilhante no alto do céu noturno de Marte.

“O conjunto completo de dados coletados durante essas observações incluem emissões aurorais ultravioletas extremas e distantes que nunca foram fotografadas antes em Marte”, escreveu a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos em uma atualização do site do Hope.

A aurora marciana é parecida, mas diferente da aurora vista aqui na Terra. É diferente porque a aurora de Marte ainda não foi vista em um espectro visível a olho nu; até agora, apenas instrumentos que podem ver através dos comprimentos de onda ultravioleta foram capazes de decifrá-la.

Tradução da imagem: lado diurno de Marte (day side o Mars), lado noturno de Marte (night side of Mars) e aurora discreta (discrete aurora). Crédito: Missão Hope Mars.

No entanto, elas são geradas da mesma maneira que as auroras da Terra. Partículas do vento solar fluindo através do espaço entram na atmosfera marciana e interagem com o gás na alta atmosfera – oxigênio, no caso de Marte. A ionização resultante faz com que o oxigênio brilhe.

Na Terra, essas partículas ionizadas viajam ao longo das linhas do campo magnético do nosso planeta em direção aos polos, razão pela qual as auroras tendem a ocorrer em latitudes mais altas.

Mas o campo magnético global de Marte decaiu bem no início da história do planeta, deixando para trás apenas pontos de magnetismo preservados em minerais magnetizados na crosta, o que significa que a distribuição auroral é bastante diferente.

“Os faróis de luz que se destacam contra o disco noturno escuro são de uma aurora discreta altamente estruturada, que surge onde as partículas energéticas excitam a atmosfera depois de serem afuniladas por uma rede irregular de campos magnéticos da crosta que se originam de minerais na superfície de Marte”, explicou a Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos.

Crédito: Missão Hope Mars.

Como nunca vimos estruturas aurorais tão detalhadas e discretas na atmosfera marciana, as imagens podem representar uma nova ferramenta para mapear e compreender a perda do campo magnético de Marte.

As manchas que restam são vestígios desse campo magnético global, registrados em minerais magnéticos em rocha derretida que assumem a polaridade do campo magnético ambiente ao se resfriarem e se solidificarem.

Uma vez que a perda do campo magnético global está ligada à perda subsequente de uma atmosfera densa, entender como e por que o campo magnético decaiu é crucial para entender como Marte se tornou inabitável para a vida como o conhecemos.

Cientistas dos Emirados Árabes Unidos planejam publicar uma análise de suas observações e o que elas podem significar para o estudo de Marte no futuro.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.