Pular para o conteúdo

Antigas pinturas do zodíaco em templo egípcio veem a luz do dia após 2.200 anos

Traduzido por Julio Batista
Original de Owen Jarus para a Live Science

Lindas pinturas do zodíaco que decoram o telhado e as paredes do Templo de Esna, de 2.200 anos, no sul do Egito, foram reveladas durante um projeto de restauração que está limpando dois milênios de sujeira, fuligem e resíduos de pássaros, anunciaram pesquisadores em 20 de março.

Os restauradores limparam meticulosamente as obras de arte do zodíaco, muitas das quais foram pintadas no teto do templo. Outras imagens restauradas incluem representações dos planetas Júpiter, Saturno e Marte, bem como imagens de estrelas e constelações usadas pelos antigos egípcios para ajudar a medir o tempo, disseram os pesquisadores em um comunicado. A equipe também conservou imagens antigas de cobras, crocodilos e criaturas híbridas, como uma cobra com cabeça de carneiro.

Embora a existência do zodíaco e algumas das outras imagens do templo já fossem conhecidas pelos pesquisadores, a limpeza e a conservação permitiram que as obras de arte fossem vistas com mais detalhes. O trabalho de restauração também revelou inscrições desconhecidas, disse o co-líder da equipe Christian Leitz, um professor de egiptologia da Universidade de Tubinga, na Alemanha, à Live Science por e-mail.

Este signo do zodíaco representa o Escorpião. Com a limpeza e restauração, as cores dos murais ficam mais visíveis. Aqui vemos um escorpião com garras na frente, oito patas e um ferrão afiado na ponta da cauda. (Créditos: Foto de Ahmed Emam/Ministério do Turismo e Antiguidades)

Zodíaco antigo

“O próprio zodíaco faz parte da astronomia babilônica e não aparece no Egito até a época ptolomaica”, disse Leitz no comunicado. Os Ptolomeus eram uma dinastia de governantes descendentes de um dos generais de Alexandre, o Grande, que governou o Egito entre 304 a.C. e 30 a.C., disse Leitz. Pode ter sido os antigos gregos que introduziram o zodíaco no Egito.

Após sua introdução, o zodíaco tornou-se popular no antigo Egito. “O zodíaco era usado para decorar túmulos particulares e sarcófagos e era de grande importância em textos astrológicos, como horóscopos encontrados inscritos em cacos de cerâmica”, disse Daniel von Recklinghausen, um pesquisador da Universidade de Tubinga, no comunicado. Embora poucos templos egípcios antigos tivessem zodíacos representados, um exemplo bem conhecido é um templo em Dendera, que tem o zodíaco junto com imagens de cinco dos planetas, disse Leitz à Live Science.

Imagens de animais híbridos foram reveladas com mais detalhes durante os trabalhos de limpeza e restauração. Aqui vemos uma criatura semelhante a um pássaro com quatro asas, uma cabeça semelhante à de um cachorro e uma cobra como cauda. Há também duas serpentes aladas voando e uma criatura semelhante a uma cobra no fundo. (Créditos: Foto de Ahmed Emam/Ministério do Turismo e Antiguidades)

O zodíaco usado em Esna é semelhante ao zodíaco usado hoje, disse Leitz à Live Science. “Não há diferença além de algumas representações dos sinais”, observou ele.

Pelas fotos que a equipe divulgou, fica claro que as imagens estão muito mais visíveis do que antes da restauração, disse Juan Antonio Belmonte Avilés, um astrônomo do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias (IAC) na Espanha, que realizou uma extensa pesquisa sobre astronomia no antigo Egito, à Live Science por e-mail. Teremos que esperar até que mais informações sejam publicadas até que possamos dizer exatamente quantas novas informações a limpeza forneceu, disse Avilés, que não esteve envolvido na restauração.

A equipe está analisando as novas inscrições, disse Leitz. O Templo de Esna está localizado a 60 quilômetros ao sul de Luxor (antiga Tebas), observa o comunicado. Hisham El-Leithy, um arqueólogo do Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito, é co-líder da equipe, enquanto Ahmed Emam, especialista em conservação do ministério, liderou o trabalho de restauração.

Anteriormente, os arqueólogos que trabalhavam no projeto de restauração do Templo de Esna revelaram 46 representações de divindades do antigo Egito. O templo é dedicado à divindade egípcia Quenúbis, associada à fertilidade e à água.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.