Pular para o conteúdo

Asteroide flamejante ilumina o céu apenas algumas horas depois de ser descoberto

Traduzido por Julio Batista
Original de Michelle Starr para o ScienceAlert

Pela sétima vez, astrônomos avistaram um asteroide no espaço horas antes de cair como uma bola de fogo na Terra.

Em imagens tiradas às 20:18:07 UTC (17:18:07, no horário de Brasília) em 12 de fevereiro, o asteroide 2023 CX1, também conhecido como Sar2667, foi detectado pelo astrônomo Krisztián Sárneczky da Estação Piszkéstető do Observatório Konkoly, na Hungria. Parecia ser “nada de especial a princípio”, observou Sárneczky no Twitter – apenas um objeto normal no espaço próximo à Terra.

Mas então o telescópio registrou o asteroide uma segunda vez, e a descoberta foi relatada ao Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional.

Com base nessas e em outras observações de acompanhamento, os cientistas conseguiram calcular a trajetória de 2023 CX1. Seus resultados indicaram uma probabilidade de impacto de 100%, até a hora aproximada em que chegaria e até mesmo onde o asteroide – na época um meteoro, um objeto que entrou na atmosfera da Terra – atingiria o globo.

Suas estimativas colocaram o momento do impacto entre 02:50 e 03:03 UTC (23:50 e 0:03, no horário de Brasília), sobre o Canal da Mancha que separa a França e o Reino Unido. E, com certeza, às 02h59 UTC (23:59, no horário de Brasília), 2023 CX1 se transformou em uma bola de fogo espetacular iluminando os céus ao se romper em uma pilha de detritos brilhante caindo em direção ao solo. Qualquer uma dessas rochas menores que possam ter atingido a terra seca provavelmente seria encontrada na costa da França, ao norte da cidade de Rouen.

Há uma série de razões pelas quais essa detecção é tão incrível. Medindo apenas cerca de 1,1 metros de diâmetro, o 2023 CX1 é um dos menores objetos de impacto detectados antes da entrada na atmosfera. E embora apenas sete dessas detecções tenham sido feitas, o 2023 CX1 é o terceiro nos últimos 12 meses. Isso significa que estamos ficando muito melhores em detectar meteoritos em potencial bem antes deles atingirem a Terra.

Os outros seis asteroides que foram detectados antes da entrada na atmosfera, e cujos nomes refletem os anos em que foram descobertos, foram 2008 TC3, que tinha cerca de 4 metros de diâmetro; 2014 AA, com 3 metros de largura; 2018 LA, também com três metros de largura; 2019 MO com 6 metros de diâmetro; 2022 EB5, que tinha cerca de 2 metros de diâmetro, foi avistado 2,5 horas antes do impacto e também descoberto por Sárneczky; e 2022 WJ1, com apenas 1 metro de diâmetro, detectado 4 horas antes do impacto.

Na verdade, há um bom número de rochas em uma trajetória que as arrisca a entrar em um espaço próximo à Terra enquanto orbitam o Sol. Estes são chamados de asteroides próximos da Terra e, no momento da redação deste artigo, os astrônomos descobriram e catalogaram 31.291 deles. A maioria deles é bem pequena e provavelmente não representa perigo; como 2023 CX1, eles vão queimar como bolas de fogo enquanto caem na atmosfera, se fragmentando e fazendo chover pedaços de detritos muito menores.

Os astrônomos estão confiantes de que estão cientes de quase todos os asteroides próximos à Terra que podem causar sérios danos. Nenhum deles, conhecido como asteroides potencialmente perigosos, chegará perto o suficiente da Terra no próximo século para causar preocupação.

Sempre existe a possibilidade de passar despercebida uma ou duas rochas sorrateiras, ou de que novas ameaças possam ser lançadas em nosso caminho, portanto, é sensato aprimorar nossas habilidades de detecção de impactos em potencial. Além disso, ter um aviso prévio de bolas de fogo de meteoros significará que mais pessoas terão a oportunidade de observar esses eventos espetaculares.

Os cientistas também podem estar mais bem preparados para fazer observações mais detalhadas à medida que as bolas de fogo cruzam o céu e se transformam em poeira. Exatamente como essas rochas queimam e se fragmentam não é totalmente compreendido; aprender mais sobre o processo não apenas nos ajudará a entender melhor os asteroides e meteoros, mas também a conduzir a avaliação de risco para outras rochas espaciais em entrada na atmosfera.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.