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Centenas de múmias e pirâmides de uma rainha desconhecida são desenterradas perto da tumba do rei Tutancâmon

Traduzido por Julio Batista
Original de Jennifer Nalewicki para a Live Science

A poucos metros da tumba do rei Tutancâmon, arqueólogos desenterraram a pirâmide de uma rainha desconhecida; um esconderijo de tumbas, múmias e artefatos; e uma série de túneis interligados.

Nos últimos dois anos, arqueólogos têm trabalhado em Sacará, um sítio arqueológico em Gizé, cerca de 32 quilômetros ao sul do Cairo. Recentemente, eles descobriram um tesouro de tumbas e múmias, que podem pertencer a alguns dos generais e conselheiros mais próximos do rei Tut durante seu reinado (1333 a.C. até sua morte em 1323 a.C.).

Os arqueólogos também focaram sua atenção em uma pirâmide próxima, que pertencia a Teti, o primeiro rei da Sexta Dinastia do Egito.

“Teti era adorado como um deus no período do Novo Império, então as pessoas queriam ser enterradas perto dele”, disse Zahi Hawass, um egiptólogo que está trabalhando na escavação e que anteriormente atuou como Ministro de Antiguidades do Egito, disse à Live Science por e-mail. “No entanto, a maioria dos sepultamentos conhecidos em Sacará anteriormente eram do Império Antigo ou do Último Período. Agora encontramos 22 poços [interconectados], variando de 9 a 18 metros de profundidade, todos com sepultamento do Império Novo.”

Também conhecido como o Império Egípcio, o período do Império Novo durou do século VI a.C. ao século 11 a.C.

Sepultados dentro desses poços, os arqueólogos encontraram um “enorme sarcófago de calcário” junto com “300 belos 9do período do Império Novo”, disse Hawass.

“Os sepultamentos do Império Novo não eram comuns na área antes, então isso é totalmente exclusivo do local”, disse Hawass. “Os caixões têm rostos individuais, cada um único, distinguindo entre homens e mulheres, e são decorados com cenas do Livro dos Mortos [um texto funerário do antigo Egito]. Cada caixão também tem o nome do falecido e muitas vezes mostra os Quatro Filhos de Hórus, que protegiam os órgãos do falecido.”

O egiptólogo Zahi Hawass e uma das múmias descobertas em Sacará, um local de escavação ao redo de Cairo. (Créditos: Zahi Hawass)

Se a descoberta dos caixões não foi suficientemente surpreendente, quando os pesquisadores levantaram as tampas dos caixões ficaram surpresos ao encontrar as múmias em boas condições, mesmo depois de todos esses séculos.

“Isso mostra que a mumificação atingiu seu pico no Império Novo”, disse Hawass. “Alguns caixões têm duas tampas, e o caixão mais incrível até agora tem uma máscara de mulher feita completamente de ouro maciço.”

Ele acrescentou: “Dentro dos caixões e tumbas também há vários artefatos, incluindo jogos como o antigo jogo de Senet, shabtis [pequenas estatuetas], estátuas do deus Ptá-Socaris e até mesmo um machado de metal encontrado na mão de um soldado do exército.”

Além disso, os pesquisadores encontraram uma pirâmide em homenagem a uma rainha cuja identidade era desconhecida.

“Desde então, descobrimos que o nome dela era Neite e ela nunca havia sido revelada no registro histórico”, disse Hawass. “É incrível reescrever literalmente o que sabemos da história, adicionando uma nova rainha aos nossos registros.”

Uma seleção dos caixões e antiguidades encontrados no local da escavação estará em exibição no Grande Museu Egípcio no Planalto de Gizé, que está programado para abrir no próximo ano.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.