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Cientistas vislumbram asteroide chegando apenas algumas horas antes do impacto na Terra

Traduzido por Julio Batista
Original de Michelle Starr para o ScienceAlert

Pela sexta vez na história registrada, astrônomos conseguiram vislumbrar um asteroide antes de colidir com a Terra.

Em 19 de novembro de 2022, quase quatro horas antes do impacto, o Catalina Sky Survey descobriu um asteroide chamado 2022 WJ1 em uma trajetória de aproximação. Uma rede de telescópios e cientistas entrou em ação, calculando com precisão exatamente quando e onde o asteroide cairia.

Esta é uma excelente notícia. 2022 WJ1 era muito pequeno para causar danos sérios, mas sua detecção mostra que as técnicas de monitoramento de asteroides do mundo estão melhorando, dando-nos uma melhor chance de nos protegermos do impacto de rochas espaciais – as grandes que podem realmente causar algum dano.

Embora o espaço seja principalmente um grande espaço, também há um monte de não-espaço nele. Nas proximidades da Terra, esse não-espaço é formado principalmente por asteroides que orbitam o Sol de tal maneira que os aproximam da órbita da Terra. Nós os chamamos de asteroides próximos da Terra e, no momento em que escrevo, 30.656 deles foram catalogados.

A maioria desses asteroides é realmente muito pequena, e os cientistas estão confiantes de que encontramos quase todos eles que são grandes o suficiente para representar um perigo significativo, os estudamos e determinamos que nenhum deles chegará perto o suficiente no próximo século para ser uma ameaça.

Ainda assim, é bom ficar por dentro do que está zumbindo no espaço ao nosso redor e aprimorar nossas habilidades para encontrar rochas sorrateiras pensando em fazer uma grande entrada.

A detecção de 2022 WJ1 foi feita às 04:53 UTC (01:53, no Horário da Brasília) em 19 de novembro de 2022, pelo Observatório de Monte Lemmon, parte da rede do Catalina. Ele continuou a monitorar o objeto, obtendo quatro imagens que permitiram aos astrônomos confirmar a detecção e reportá-la ao Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional (UAI) às 05:38 UTC (02:58, no Horário da Brasília).

Essas quatro imagens foram suficientes para calcular a trajetória do asteroide no céu, com vários programas de monitoramento de impacto descobrindo que a rocha tinha cerca de 20% de chance de cair em algum lugar do continente norte-americano.

Observações de acompanhamento permitiram aos cientistas refinar suas medições, dando um tempo e um local. E xablau! Às 08:27 UTC (05:27, no Horário de Brasília), 2022 WJ1 foi visto riscando o céu como uma bola de fogo verde brilhante, sobre a região da Ferradura Dourada no sul de Ontário, Canadá.

A descoberta foi o primeiro meteoro já previsto a cair sobre uma área densamente povoada, mas a rocha não era um perigo. Ele media cerca de um metro de diâmetro ao entrar na atmosfera da Terra, tornando-o o menor asteroide já observado antes da entrada na atmosfera até o momento.

Aqui ele se transformou em um bólido flamejante e se despedaçou, descendo na Terra como pedaços menores que caíram principalmente na água do Lago Ontário. A maioria dos pedaços localizáveis ​​do meteorito devem ser pequenos pedaços de detritos; os cientistas esperam recuperar alguns deles para estudar mais o asteroide.

Os cinco asteroides anteriores detectados antes do impacto foram 2008 TC3, que tinha cerca de 4 metros de diâmetro; 2014 AA, com 3 metros de largura; 2018 LA, também com três metros de largura; 2019 MO com 6 metros de diâmetro; e, no início deste ano, 2022 EB5, que tinha cerca de 2 metros de diâmetro.

A detecção de 2022 WJ1 e a coordenação global que o rastreou são uma prova maravilhosa de como a tecnologia se tornou sensível e da magnificência da cooperação humana para entender melhor as rochas espaciais invasoras.

E, claro, essas observações representam uma rara oportunidade de estudar o que acontece com os asteroides quando entram na atmosfera da Terra.

“Esta bola de fogo é particularmente significativa porque o meteoroide pai foi observado telescopicamente antes de atingir a atmosfera. Isso torna uma rara oportunidade de vincular dados telescópicos de um asteroide com seu comportamento de fragmentação na atmosfera para obter informações sobre sua estrutura interna”, disse o astrônomo e o físico Peter Brown, da Universidade de Ontário Ocidental.

“Este evento notável fornecerá pistas sobre a composição e potência que, quando combinadas com medições telescópicas, informarão nossa compreensão de como pequenos asteroides se fragmentam na atmosfera, um conhecimento importante para a defesa planetária.”

Os detritos de 2022 WJ1 devem ser escuros, com uma crosta de fusão fina e fresca e um interior pedregoso mais acinzentado. Os cientistas estão solicitando que quaisquer fragmentos suspeitos sejam relatados ao Museu Real de Ontário.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.