Há dez anos, o Água Box vem contribuindo para o aumento da qualidade de vida da população indígena e comunidades ribeirinhas da Amazônia. Praticamente desconhecido, o Água Box é um purificador de água desenvolvido pelo pesquisador Roland Vetter do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA/MCTI). Vetter é o primeiro pesquisador do INPA a receber royalties pela sua invenção através das alterações feitas no novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Vetter começou a pensar na construção do Água Box após visitar a aldeia Deni Morada Nova em 2005. A comunidade fica á dez dias de barco partindo de Manaus, capital do Amazonas, e é banhada pelo rio Xeruã, um afluente do rio Juruá. A propósito, o pesquisador foi oferecer uma invenção diferente, um secador de madeira movido a energia solar para que os indígenas pudessem secar madeiras, folhas, frutos e sementes.
Os indígenas, entretanto, falaram que o mais emergente era uma forma de tentar salvar os moradores da aldeia. Apenas naquele ano, 11 crianças haviam morrido de diarreia após tomar água contaminada. A partir de então, Vetter largou todas as pesquisas que vinha fazendo para tentar salvar a vida dos indígenas da aldeia Deni Morada Nova.
Vetter, que é botânico formado pela Universidade de Friburgo, na Alemanha, e trabalha há 30 anos no INPA, desenvolveu o Água Box. O equipamento é capaz de desinfectar águas poluídas por germes tanto de rios como de igarapés; a desinfecção acontece por meio de radiação ultravioleta tipo UV-C. O aparelho não é muito grande, pesa 13 quilos e possui uma bateria que utiliza energia solar. A lâmpada que fornece a radiação tipo C tem uma duração média de três anos. Um único aparelho é capaz de atender até 300 pessoas com água potável.
O senador do Amazonas João Pedro garantiu recursos parlamentares para a construção de 50 aparelhos. 28 equipamentos já foram fabricados e instalados: 26 na Amazônia e dois em Nampula, na África. O INPA também realiza capacitações para o cuidado e manutenção do aparelho. A aldeia de yanomamis, localizada em Santa Isabel do Rio Negro, foi uma das aldeias que receberam 14 purificadores e capacitação para trabalhar com o Água Box.
O pagamento dos royalties será feito pela empresa QLuz Ecoenergia após a transferência da tecnologia que ocorreu em 2012. Vetter receberá de 5% a 1/3 do pagamento do produto comercializado durante 20 anos conforme a lei 13.243/2016 do novo Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Via site do INPA