Traduzido por Julio Batista
Original de
A NASA confirmou que os detritos encontrados no fundo do oceano na costa atlântica da Flórida vêm do ônibus espacial Challenger, que explodiu em 28 de janeiro de 1986, matando todos os sete astronautas a bordo.
Mergulhadores descobriram a seção de 6 metros do casco do Challenger enquanto procuravam por aeronaves derrubadas da Segunda Guerra Mundial como parte de uma série de documentários do History Channel, “The Bermuda Triangle: Into Cursed Waters” (O Triângulo das Bermudas: Em Águas Amaldiçoadas, na tradução livre). A noroeste do Triângulo, os cineastas encontraram um pedaço do fundo do mar contendo detritos de aparência moderna, parcialmente cobertos de areia. Dada a proximidade dos detritos com o Centro de Voos Espaciais Kennedy da NASA na Flórida, os cineastas pensaram que poderia estar ligado à agência espacial e contataram a NASA sobre a descoberta.
A NASA examinou as imagens da equipe e confirmou que os destroços eram do Challenger. A NASA então notificou as famílias dos sete astronautas antes de anunciar a descoberta em 10 de novembro.
“Esta tragédia ficará para sempre marcada na memória coletiva do nosso país”, disse o administrador da NASA, Bill Nelson, em comunicado. “Esta descoberta nos dá a oportunidade de fazer uma pausa mais uma vez, para elevar os legados dos sete pioneiros que perdemos e refletir sobre como essa tragédia nos mudou”.
O casco – a primeira grande descoberta do Challenger encontrada em mais de 25 anos – permanecerá no fundo do oceano enquanto a NASA determina o próximo passo em sua recuperação. Por lei, todos esses destroços pertencem ao governo federal dos EUA.
Na época de seu 10º lançamento, apelidado de STS-51L, o Challenger era um dos quatro ônibus espaciais operados pela NASA, e a agência usava os “caminhões espaciais” reutilizáveis indo e voltando para a órbita baixa da Terra há quase cinco anos. A NASA descobriu mais tarde que temperaturas congelantes na noite anterior ao lançamento comprometeram uma vedação no propulsor sólido do foguete, causando a desintegração explosiva do orbitador 73 segundos após o voo.
A tripulação de sete pessoas incluía uma professora, Christa McAuliffe, que daria aulas ao vivo em órbita. A missão planejada de seis dias também teria astronautas realizando pesquisas científicas e liberando um satélite do compartimento de carga do ônibus espacial.
A chocante tragédia do Challenger marcou as primeiras fatalidades em voo no programa espacial tripulado da NASA, que começou em 1961. Três astronautas que morreram em um incêndio a bordo da Apollo 1 em 1967 estavam realizando testes de pré-lançamento no solo. Em 2003, o ônibus espacial Columbia se partiu na reentrada da atmosfera, matando seus sete astronautas.
A NASA recuperou pouco menos da metade dos destroços do Challenger, que está em grande parte enterrado em silos de mísseis abandonados perto do Centro Espacial Kennedy, onde apenas um fragmento da fuselagem – pintado com uma bandeira americana – está em exibição.
A A&E Networks, que é dona do History Channel, diz que a estreia de sua série documental de seis partes em 22 de novembro contará com imagens da descoberta do Challenger.