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E se o buraco negro no centro da Via Láctea for na verdade uma massa de matéria escura?

Por Bob Yirka
Publicado na Phys.org

Uma equipe de pesquisadores do Centro Internacional de Astrofísica Relativística encontrou evidências que sugerem que Sagitário A* não é um buraco negro massivo, mas uma massa de matéria escura. Em estudo publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society: Letters, o grupo descreve as evidências que encontraram e como elas resistiram aos testes.

Por vários anos, a comunidade científica concordou que há uma massa no centro da galáxia da Via Láctea e que a massa é um buraco negro supermassivo – foi chamado de Sagitário A*. Sua presença nunca foi verificada diretamente, no entanto, em vez disso, foi inferida observando o comportamento dos corpos ao seu redor. Nesse novo esforço, os pesquisadores sugerem que outro tipo de massa poderia produzir as mesmas reações de outros corpos e, de fato, poderia ajudar a explicar algumas anomalias que foram observadas.

Em 2014, os astrofísicos foram confrontados com um problema que eles não podiam explicar – uma nuvem de gás que tinha o nome de G2 mudou-se para uma posição próxima o suficiente de Sagitário A* e deveria ter sido destruída e puxada pelo buraco negro. Em vez disso, a nuvem de gás continuou seu caminho, ilesa.

Os pesquisadores neste novo esforço sugerem que a razão pela qual G2 foi capaz de sobreviver à sua jornada além de Sagitário A* foi porque Sagitário A* não é um buraco negro – é uma massa de matéria escura. Para chegar a essa conclusão, eles criaram uma simulação da Via Láctea, onde Sagitário A* foi substituído por uma massa de matéria escura, e depois a deixou rodando. Ao fazer isso, eles descobriram que a Via Láctea poderia funcionar praticamente da mesma forma que faria se houvesse um buraco negro em seu centro – estrelas de tipo S próximas se comportariam da mesma forma, por exemplo, assim como a curva rotacional da parte externa do halo da Via Láctea. Os pesquisadores foram ainda mais longe, sugerindo que tal massa seria composta por darkinos, que pertenceriam ao mesmo grupo dos férmions. Se eles se agrupassem, a simulação mostrou, eles teriam características muito semelhantes a um buraco negro – as exceções sendo suas características mais extremas.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.