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Este ‘Macacodáctilo’ voador é o único pterossauro conhecido com polegares opositores

Por Brandon Specktor
Publicado na Live Science

Um pequeno réptil voador plana sob a copa de uma floresta antiga, vasculhando as árvores em busca de insetos saborosos. Ela avista uma cigarra zumbindo nos galhos de uma árvore ginkgo e, em seguida, desce para pegá-la com o bico. O inseto foge; o réptil segue, agarrando-se rapidamente ao longo dos galhos com suas garras afiadas até conseguir apanhar o inseto com seus polegares opositores.

Não é uma descrição típica de um pterossauro – aqueles répteis alados icônicos que viveram durante a maior parte da Era Mesozoica (de cerca de 252 milhões a 66 milhões de anos atrás).

Mas, de acordo com um novo estudo publicado em 12 de abril na revista Current Biology, um pterossauro jurássico recém-descrito parece ter vivido sua vida entre as árvores, caçando e escalando com a ajuda de seus dois polegares opositores – um em cada uma de suas mãos de três dedos.

Os pesquisadores deram ao voador o nome de Kunpengopterus antipollicatus (da palavra grega que significa “polegar opositor”) – mas você pode chamá-lo apenas de Macacodáctilo.

“[O macacodáctilo] é uma descoberta interessante”, disse o autor do estudo Fion Waisum Ma, pesquisador doutorado da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, em um comunicado. “Ele fornece a evidência mais antiga de um polegar opositor verdadeiro, e é de um pterossauro – que não era conhecido por ter um polegar opositor”.

Na verdade, escreveram os autores do estudo, Macacodáctilo é o único pterossauro conhecido com polegares, provando que os répteis eram ainda mais diversos e especializados do que qualquer um sabia.

A garra de macaco

Os pesquisadores descobriram o fóssil de K. antipollicatus em uma placa de rocha da chamada Formação de Tiaojishan em Liaoning, nordeste da China.

A formação data do final do período Jurássico (o período intermediário da era dos dinossauros, abrangendo cerca de 200 milhões a 145 milhões de anos atrás), quando a área hospedava uma floresta exuberante cheia de coníferas altas e árvores ginkgo floridas, disseram os pesquisadores. A formação rendeu mais de 100 fósseis de plantas e animais, incluindo dezenas de pterossauros e pequenos dinossauros semelhantes a pássaros.

Créditos: Zhou et al., Current Biology, 2021.

Como muitos fósseis da área, os restos mortais de Macacodáctilo foram incrivelmente bem preservados. O fóssil incluía vários ovos e um esqueleto quase completo, mostrando claramente o polegar opositor em cada braço curvado.

A criatura era relativamente pequena, com envergadura de apenas 90 centímetros, e provavelmente vivia entre as árvores, de acordo com os pesquisadores.

Usando microtomografias (um tipo de técnica de imagem de raios-X) para “ver através das rochas”, os pesquisadores examinaram a forma completa e a musculatura dos antebraços de Macacodáctilo, disse Ma.

A equipe concluiu que o pequeno réptil provavelmente usava suas mãos com o polegar para agarrar presas e galhos de árvores – um estilo de vida arbóreo não comumente visto entre pterossauros semelhantes.

Em conclusão, a equipe escreveu, as mãos distintas deste Macacodáctilo revelam “informações inesperadas e inestimáveis ​​sobre a história evolutiva dos pterossauros”. Podemos dar um ‘joinha’ para isso!

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.