Por Andrea Schneibel
Publicado na Scientific American
Essa imagem mostra a impressão artística da interação entre uma grande estrela e um buraco negro supermassivo, um fato que desencadeou um fenômeno tão brilhante que deixou cientistas confusos por mais de um ano. Agora, graças aos testes realizados por alguns instrumentos mais sofisticados de observação, os pesquisadores conseguiram revelar a sua verdadeira natureza.
Em agosto de 2015, através de um telescópio em Cerro Tololo, no Chile, os pesquisadores observaram um evento 570.000 milhões de vezes mais brilhante que o nosso Sol. Se a cifra ainda impressiona, pense em outro exemplo: essa quantidade de luz equivale a 20 vezes a produzida por todas as 100.000 milhões de estrelas em nossa galáxia, a Via Láctea, juntas. Os astrônomos chamaram o evento de ASASSN-15lh.
No entanto, os cientistas não estavam completamente convencidos de que se tratava de uma supernova. Algumas peças não se encaixavam: a galáxia local, localizada a 3.800 milhões de anos-luz da Terra, tinha uma massa superior a de que normalmente poderia hospedar uma supernova e tampouco haviam novas estrelas em formação.
Isso fez com que Leloudas e a sua equipe se aventurassem na busca por uma outra explicação para a enorme explosão. E eles encontraram: com observações adicionais realizadas pelo Telescópio Espacial Hubble, o Observatório Espacial Swift (especializado em explosões de raios gama) e uma série de telescópios em terra firme, os astrônomos descobriram que o brilhante fenômeno era na realidade uma estrela que estava se desintegrando pelo efeito gravitacional de um poderoso buraco negro de cerca de 100 milhões de vezes a massa do nosso Sol.
“É o que conhecemos como ‘interrupção de maré’. Essa estrela estava vagando pela galáxia e teve a infelicidade de encontrar um buraco negro”, disse Leloudas. As interrupções de maré são tão incomuns que essa foi apenas a décima dez em que ela foi documentada. Os cientistas esperam que os dados ajudem a entender melhor esse raro fenômeno.