Por Bob Yirka
Publicado na Phys
Um time de pesquisadores da Universidade da Califórnia, liderado por Charles Stanish, concluiu que linhas de pilhas de pedras (geoglifos) no Vale Chincha no sul do Peru foram construídas para servir como guia para direcionar viajantes a feiras de comércio na costa. Em seu artigo publicado na revista PNAS o time também aponta que os montes em formato de U são quase certamente destinados a celebração do solstício de inverno.
As famosas linhas desenhadas no chão do deserto do sul do Peru foram atribuídas ao povo Nazca que viveu no Vale Chinca entre 400 e 650 a.C. – vistas do alto retratam animais e outros objetos.
Nesse novo estudo o time de pesquisadores estudou uma cultura similar que existiu no mesmo vale (porém mais ao norte) em uma época anterior. A cultura Paracas que acreditam ter existido de 800 a 100 a.C., seria a responsável por criar longos geoglifos retilíneos no vale do deserto, alguns estendendo-se por quase duas milhas. Stanish acredita que as linhas foram criadas como uma forma de combinação de mapa e anúncio. Pessoas vindo das montanhas poderiam enxergá-los – se eles viajassem em direção a costa seguindo o mesmo ângulo da linha de rochas, chegariam nas feiras comerciais dos Paracas.
O time chegou a essa conclusão ao criar um mapa mostrando todos os 71 geoglifos conhecidos em uma área de 15 milhas quadradas. Eles também adicionaram montes ao mapa, que agora são sítios de escavação Paracas perto do oceano, junto com outros assentamentos conhecidos. O resultado, de acordo com o time, foi muito claro – muitos dos geoglifos tem formato de estrelas parciais com montes no centro. Eles permitiam que os viajantes que vinham do leste encontrassem os centros comerciais – tudo o que precisavam fazer era seguir as linhas.
Os pesquisadores descobriram que os outros geoglifos eram usados para direcionar as pessoas a pares de montes em formato de U, que os pesquisadores acreditam que eram usados como meios de celebrar o Solstício de Junho (Inverno). O Sol se põe entre os dois montes nessa data.
Direcionar pessoas de outras áreas para os centros comerciais poderia ter se tornado competitivo conforme diferentes grupos do povo Paracas vivendo em diferentes assentamentos empenhavam-se para guiar comerciantes aos seus centros comerciais, resultando em geoglifos mais e mais longos.