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Famoso neurobiologista critica apresentação do macaco da Neuralink

Por Dan Robitzski
Publicado no
Futurism

Na semana passada, a empresa de interface cérebro-computador (ICC) de Elon Musk, Neuralink, lançou um vídeo no qual um macaco-rhesus, um primata comumente usado em pesquisas neurocientíficas, parecia jogar o videogame clássico “Pong” com nada além de seus pensamentos.

O vídeo se espalhou pela Internet de forma viral – parecia que a empresa de neurotecnologia, que em grande parte evitou o escrutínio da mídia com suas demonstrações ocasionais, estava finalmente começando a cumprir suas promessas de fundir o cérebro com os computadores. Mas essa recepção pode ser apenas o resultado genial do marketing. A tecnologia em si, em comparação com o que mais existe no campo da neurotecnologia, é na verdade bastante decepcionante, relata a Inverse.

A Inverse conversou com Andrew Schwartz, neurobiologista da Universidade de Pittsburgh (EUA) que ajudou a criar a tecnologia de ICC – e ele disse que a Neuralink parece estar se gabando de coisas que os cientistas, incluindo ele mesmo, podiam fazer décadas atrás.

“O desempenho é muito rudimentar”, disse Schwartz à Inverse. “Esse tipo de controle foi demonstrado há mais de vinte anos”.

Esta não é a primeira vez que a Neuralink decepciona especialistas na área. Em setembro, a empresa exibiu um porco com implante de ICC e demonstrou como ele podia ler a atividade cerebral do animal – algo que os cientistas foram capazes de fazer com voluntários humanos por quase um século inteiro.

O que a Neuralink conseguiu, de acordo com Schwartz, foi construir alguns hardwares impressionantes que podem levar o campo adiante. Mas quanto ao que está fazendo com essa engenharia, bem, isso precisa de muito mais desenvolvimento. Schwartz disse que esperava que a empresa mostrasse o controle espacial 3D – pelo menos – em vez de simplesmente mover uma raquete para cima e para baixo.

“Tecnicamente, do ponto de vista da engenharia, o equipamento de gravação e transmissão de dados parece ser muito bom e isso pode ser um avanço, mas em termos de desempenho e uso real do controle do cérebro, é muito rudimentar”, ele disse à Inverse.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.