O que define a prática da ciência rigorosamente testada, além da pseudociência? Em Philosophy of Pseudoscience: Reconsidering the Demarcation Problem, os autores procuram responder a essa questão, conhecida por filósofos da ciência como “o problema da demarcação”. Essa questão tem uma longa história na filosofia, estendendo-se desde o início do século XX com o trabalho de Karl Popper. No final da década de 1980, os estudiosos da área começaram a tratar o problema da demarcação como um problema impossível de se resolver.
Os ensaios de Massimo Pigliucci e Maarten Boudry, que foram reunidos nesse volume, trazem um caso empolgante para a importância inequívoca de refletir sobre a separação entre ciência e pseudociência. Além disso, o problema da demarcação não é um dilema puramente teórico de mero interesse acadêmico: ele afeta as decisões dos pais para vacinar as crianças e a vontade dos governos em adotar políticas que impedem a mudança climática.
A pseudociência frequentemente imita a ciência, usando uma linguagem superficial e se utiliza de algumas artimanhas da pesquisa científica real para parecer mais respeitável. Até mesmo um público bem informado pode ser levado por tais hipóteses questionáveis vestidas como ciência. As crenças pseudocientíficas competem com a ciência nas páginas dos jornais de saúde e em laboratórios para o financiamento de pesquisa. Agora, mais do que nunca, é importante termos a capacidade de separar as descobertas científicas genuínas dos espúrios pseudocientíficos, e a filosofia da pseudociência fornece o terreno ideal – para filósofos, sociólogos, historiadores e leigos – para tomar as melhores decisões sobre o que é ou não é ciência.