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Fóssil de laringe sugere que dinossauro pode ter sido capaz de fazer sons de pássaros

Traduzido por Julio Batista
Original de Bob Yirka para o Phys. org

Paleontólogos do Museu da Universidade de Hokkaido, trabalhando com um colega do Museu de História Natural dos Estados Unidos, encontraram evidências que sugerem que um tipo de dinossauro pode ter sido capaz de fazer sons semelhantes às de pássaros. Em seu paper publicado na revista Communications Biology, Junki Yoshida, Yoshitsugu Kobayashi e Mark Norell descrevem seu estudo de um fóssil de laringe de um dinossauro Pinacosaurus grangeri e características que sugerem que pode ter permitido que a criatura antiga fizesse sons semelhantes aos de pássaros.

Pesquisas anteriores ofereceram poucas evidências de como os dinossauros podem ter soado ao tentar fazer ruídos com órgãos na região da garganta. Isso ocorre porque a maioria das caixas vocais é feita de cartilagem que não fossiliza bem. Nesse novo esforço, os pesquisadores estudaram os restos fossilizados de um dinossauro “rebaixado” e cheio de espinhos chamado Pinacosaurus grangeri, descoberto em 2005 por outra equipe de pesquisadores trabalhando na Mongólia.

Durante o estudo inicial dos restos mortais, os pesquisadores presumiram que os ossos fossilizados em sua garganta eram usados ​​para respirar, não para fazer barulho. Mas um olhar mais atento a dois dos ossos revelou que eram partes de uma laringe. A equipe também examinou as áreas circundantes que teriam sustentado os músculos. Esses músculos, eles notaram, poderiam ter sido usados ​​para manipular os ossos da laringe para modificar o ar que passava pela garganta, permitindo que o dinossauro fizesse uma variedade de sons.

Aparelho hiolaríngeo in situ e crânio (skull) de Pinacossauro. a) Visão ventral b) Reconstrução 3D do crânio, mandíbula e aparelho hiolaríngeo em uma visão lateral esquerda oblíqua. c) Articulação cricoaritenoidea da cricoide direita em visão medial. d) A articulação da aritenoide esquerda em uma visão dorsolateral. e) Posição da aritenoide na abertura glótica f) fechamento glótico nas visões anteriores. g) Posição da aritenoide na abertura glótica h) fechamento glótico nas vistas dorsais. Abreviações: afa, faceta articular para aritenoide; afc, faceta articular para cricoide; ap, processo aritenoide; atr, costela atlas; caj, articulação cricoaritenoidea; lcb, ceratobranquial esquerdo; lcr, cricoide esquerda; md, mandíbula; pm, pré-maxilar; pd, pré-dentário; rar, aritenoide direita; rcb, ceratobranquial direito; rcr, cricoide direita. Barras de escala, 1 cm. (Créditos: Fotografia de Michael D’Emic e editada por JY em a): Communications Biology (2023). DOI: 10.1038/s42003-023-04513-x)

Para aprender mais sobre os tipos de sons que um dinossauro poderia ter feito, os pesquisadores compararam os ossos de suas cordas vocais com os de vários tipos de aves e répteis modernos. Eles descobriram que uma parte da laringe era proporcionalmente maior que a das contrapartes modernas, sugerindo que a criatura antiga provavelmente era capaz de emitir sons muito altos. Eles também encontraram outra parte da laringe alongada, o que teria permitido aos músculos da traqueia modificar os sons produzidos pela laringe, semelhante à forma como o som da siringe nas aves é modificado por um órgão na boca.

Os pesquisadores sugerem que, se o dinossauro era capaz de fazer tipos semelhantes de sons, muito provavelmente os usava pelos mesmos motivos – atrair parceiros, rastrear filhotes e defender o território.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.