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Fotossíntese artificial: o segredo para colonizar o espaço?

A existência da vida na Terra se deve à fotossíntese, um processo de 2,3 bilhões de anos, que ainda desafia a compreensão completa da ciência. Graças à fotossíntese, plantas e outros organismos são capazes de aproveitar a luz solar, a água e o dióxido de carbono, convertendo-os em oxigênio e energia sob a forma de açúcar.

Pesquisadores da comunidade científica internacional estão olhando para essa reação vital com um novo propósito. Com o objetivo de explorar e colonizar outros planetas, o papel único da fotossíntese está sendo reconhecido como um processo extremamente valioso. Segundo um novo artigo publicado na Nature Communications, recentes avanços na criação de uma fotossíntese artificial podem ser a chave para sobreviver e prosperar fora da Terra.

Atualmente, os astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS) produzem oxigênio através do processo de eletrólise, onde a eletricidade gerada pelos painéis solares da estação é usada para dividir a água em hidrogênio e oxigênio. O sistema também converte o dióxido de carbono exalado pelos astronautas em água e metano. No entanto, essas tecnologias são pesadas, ineficientes, confiáveis apenas até certo ponto e difíceis de manter.

Em busca de sistemas alternativos, os pesquisadores estão investigando a possibilidade de colher energia solar (abundante no espaço) e utilizá-la diretamente para a produção de oxigênio e reciclagem de dióxido de carbono em um único dispositivo. Esse dispositivo seria semelhante ao processo de fotossíntese da natureza, evitando assim a necessidade de um complexo sistema de reciclagem de dióxido de carbono e geração de oxigênio, como o encontrado na ISS.

Essa abordagem reduziria o peso e o volume do sistema, dois critérios chave para a exploração espacial, além de ser mais eficiente. O calor gerado durante o processo de captação de energia solar poderia ser usado diretamente para catalisar (iniciar) as reações químicas, acelerando-as.

Os pesquisadores analisaram a viabilidade desses dispositivos de “fotossíntese artificial” integrados para aplicações na Lua e em Marte. A descoberta aponta que esses dispositivos poderiam complementar as tecnologias de suporte à vida existentes, como a montagem do gerador de oxigênio empregado na ISS, principalmente quando combinados com dispositivos que concentram a energia solar para alimentar as reações.

A exploração espacial e a economia energética do futuro têm um objetivo comum a longo prazo: a sustentabilidade. Os dispositivos de fotossíntese artificial podem se tornar uma parte fundamental para realizá-la, tanto no espaço quanto na Terra.

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Douglas Rodrigues Aguiar de Oliveira

Divulgador Científico há mais de 10 anos. Fundador do Universo Racionalista. Consultor em Segurança da Informação e Penetration Tester. Pós-Graduado em Computação Forense, Cybersecurity, Ethical Hacking e Full Stack Java Developer. Endereço do LinkedIn e do meu site pessoal.