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Gordura abdominal aumenta risco para câncer de mama

Estudos de populações caucasianas indicam que o risco de câncer de mama em mulheres na pré-menopausa aumenta com a estatura. Essas associações são observadas principalmente para tumores positivos para receptores hormonais.

O estudo publicado na Scientific Reports e conduzido por um grupo de pesquisa composto por cientistas do México, Chile e França liderado pelo International Agency for Research on Cancer (França) teve como objetivo analisar a associação entre vários fatores antropométricos avaliados na idade adulta e o risco de câncer de mama.

Foram analisadas 406 mulheres do grupo experimental e 406 do grupo controle.

O estudo PRECAMA é uma pesquisa multicêntrica de controle de casos com base em população localizada no Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Brasil. No recrutamento, foram coletadas informações sobre estilo de vida, saúde e história reprodutiva. A dieta foi avaliada usando um questionário padronizado de frequência alimentar que incluiu alimentos específicos de cada país. Protocolos padronizados e harmonizados foram utilizados para realizar medidas antropométricas e coletar amostras biológicas (sangue em jejum, urina local) no momento da entrevista. Análises imuno-histoquímicas no tecido tumoral para o receptor de estrogênio, receptor de progesterona, receptor de fator de crescimento epidérmico humano 2, receptor de fator de crescimento epidérmico e citoqueratina 5/6 foram realizadas centralmente Fred Hutchinson Cancer Research Center (FHCRC) em Seattle. Essas análises de revisão patológica e de imunohistoquímica foram realizadas para caracterizar o câncer de mama.

Os resultados mostraram que nessa população de mulheres na pré-menopausa de 4 países da América Latina, o peso, a circunferência da cintura e do quadril e o índice de massa corporal (IMC) foram associados negativamente ao risco de câncer de mama, assim como a forma do corpo a partir dos 26 anos de idade para estudar.

Desta maneira, a interpretação desse estudo indica que quanto maior o valor dessas variáveis antropométricas, maior a chance de desenvolver câncer de mama.

Referência

  • His, M., Biessy, C., Torres-Mejía, G. et al. Anthropometry, body shape in early-life and risk of premenopausal breast cancer among Latin American women: results from the PRECAMA study. Sci Rep 10, 2294 (2020). https://doi.org/10.1038/s41598-020-59056-6
Vitor Engrácia Valenti

Vitor Engrácia Valenti

Graduado em Fisioterapia pela UNESP/Marília. Doutorado em Ciências pela UNIFESP com Sandwich na University of Utah. Pós-Doutor em Fisiopatologia pela USP e Livre-Docente pela UNESP/Marília. É Prof. Adjunto de Fisiologia e Morfofisiopatologia na UNESP/Marília. Membro do corpo editorial da Scientific Reports, da Frontiers in Physiology, da Frontiers in Neuroscience e da Frontiers in Neurology. Coordenador do Centro de Estudos do Sistema Nervoso Autônomo. Contato: vitor.valenti@unesp.br