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Inteligência Artificial pode ajudar os biólogos a classificar as pequenas criaturas do mundo

Por Elizabeth Pennisi
Publicado na Science

Com a biodiversidade em declínio ao redor do mundo, os pesquisadores estão desesperados para catalogar todos os insetos e outros invertebrados da Terra, que representam 90% das 9 milhões de espécies ainda não nomeadas. Para fazer isso, os cientistas normalmente enfrentam longas horas no laboratório separando as amostras que coletam.

Eis que surge o DiversityScanner. A abordagem envolve um robô, que coleta insetos individuais e outras pequenas criaturas, um de cada vez, de recipientes e os fotografa. Um computador então usa um tipo de Inteligência Artificial conhecido como aprendizado de máquina para comparar as pernas, antenas e outras características de cada um com espécimes conhecidos.

A tecnologia então coloca um código de cores, ou mapa de calor, sobre a imagem (veja acima). Quanto mais quente a cor, digamos, vermelha, mais o programa de computador dependia daquela parte do corpo para identificar o tipo de inseto que era. Este mapa de calor torna mais fácil para os pesquisadores verificarem a identificação a fim de ver qual foi o processo de “pensamento” do programa.

O robô então move cada inseto para uma placa com 96 buracos minúsculos, preparando esses espécimes para o sequenciamento de DNA. O fragmento de sequência de identificação da espécie resultante – um “código de barras de DNA” – é vinculado à imagem em um banco de dados de todos os espécimes catalogados.

Embora não seja tão bom quanto um especialista humano, a abordagem classifica insetos com precisão 91% das vezes, relataram os projetistas da tecnologia em um estudo publicado no servidor de pré-publicação bioRxiv. Essa precisão melhorará à medida que mais espécimes forem adicionados ao banco de dados, eles observaram.

Os pesquisadores disponibilizaram para uso livre e aberto o software e os modelos de impressão 3D da tecnologia. E, como os cientistas descreveram em uma segunda pré-publicação, eles simplificaram as etapas de sequenciamento e o software para que países em desenvolvimento e pequenas organizações possam tirar proveito disso – 96 insetos por vez.

Julio Batista

Julio Batista

Sou Julio Batista, de Praia Grande, São Paulo, nascido em Santos. Professor de História no Ensino Fundamental II. Auxiliar na tradução de artigos científicos para o português brasileiro e colaboro com a divulgação do site e da página no Facebook. Sou formado em História pela Universidade Católica de Santos e em roteiro especializado em Cinema, TV e WebTV e videoclipes pela TecnoPonta. Autodidata e livre pensador, amante das ciências, da filosofia e das artes.